Fluorose congênita em coelhos / Congenital fluorosis in rabbits

RESUMO

Descreve-se a induçäo de fluorose congênita em coelhos nascidos de mäes alimentadas com dietas contendo compostos fluorados durante duas gestaçöes consecutivas, bem como os efeitos residuais do flúor sobre os produtos da terceira gestaçäo, após a suspensäo do fornecimento dos compostos. A quatro coelhas reprodutoras jovens foi fornecido fosfato de Patos de Minas durante as duas primeiras gestaçöes, como única fonte de fósforo disponível, que foi substituído por fosfato bicálcico antes da terceira cobriçäo. Quatro outras coelhas, recebendo apenas fosfato bicálcico, serviram como controle negativo e quatro outras, recebendo fosfato bicálcico adicionado de fluoreto de sódio, no mesmo critério de fornecimento do fosfato de rocha, serviram como controle positivo. Já na primeira pariçäo foram constatados sinais inequívocos de fluorose congênita, de mesmo grau, em ambas as fontes fluoradas, afetando dentes decíduos e permanentes em desenvolvimento e ossos, o que se tornou mais evidente nos láparos da segunda pariçäo. A suspensäo do fornecimento do flúor, na terceira gestaçäo, näo foi suficiente para prevenir a induçäo de fluorose congênita, embora tenha havido reduçäo significativa do teor de flúor nas cinzas ósseas dos láparos, em relaçäo aos das outras pariçöes. Concluiu-se que, na coelha, há passagem de flúor pela placenta em quantidades suficientes para induzir fluorose congênita e que a eliminaçäo do flúor na dieta näo previne o aparecimento da toxicose nos produtos da gestaçäo subseqüente