Tratamento da desordem de pânico com clomipramina: estudo aberto de 22 casos / Treatment of panic disorder with clomipramine: an open study of 22 cases

RESUMO

O autor apresenta um estudo clínico-empírico de 22 casos de Desordem de Pânico tratados com clomipramina e acompanhados por um período de 4,1 meses (+ ou - 3,1). Foram investigados a distribuiçäo por sexo, sintomatologia, fatores precipitantes e agravantes, incidência de doenças psicossomáticas, exames complementares e história familiar. É concluído que Desordem de Pânico ainda é pouco conhecida no Brasil, o que impossibilita um diagnóstico precoce e, conseqüentemente, se iniciar um tratamento adequado para assim se evitar as diversas complicaçöes que podem eventualmente prejudicar em muito o funcionamento (pessoal, familiar, profissional e social) desses indivíduos. O quadro clínico dos pacientes estudados se assemelha àquele proposto pelo DSM-III, contudo, este último deve ser acrescido dos seguintes sintomas despersonalizaçäo, sintomas gastrointestinais e visuais, hipertensäo arterial durante a crise, sonolência e sensaçäo de moleza nas pernas ou no corpo. Chama-se a atençäo para a possibilidade de um ritmo circadiano da sintomatologia e talvez de uma alternância psicossomática. A resposta à clomipramina foi considerada excelente, a droga foi bem tolerada na dose utilizada de 10 a 50mg/dia, média de 26,4mg (+ ou - 14,7). Recomenda-se começar o tratamento com uma dose baixa (5 a 10mg/dia) a fim de se evitar o risco de agravamento inicial das crises, e aumentar a dose progressivamente de acordo com a resposta clínica. Há um período de latência de cerca de duas semanas, antes de se obter um resultado satisfatório