Modelo dosimétrico para o radônio e filhos

Puerta Ortiz, Anselmo

RESUMO

Desenvolveu-se neste trabalho um modelo dosimétrico para radônio e filhos de meia vida curta a partir do novo modelo do trato respiratório da publicação 66 da ICRP, em conjunto com seus novos modelos sistêmicos. Propos-se um modelo biocinético sistêmico tomando-se como base o modelo para gases inertes de Peterman e Perkins, de acordo com o formalismo proposto pelos novos modelos da ICRP. Validou-se o modelo através da reprodução dos dados experimentais para ûüüXe em humanos publicados por estes autores. Estendeu-se este modelo ao radônio, mostrando que o uso do modelo do trato respiratório da Publicação 66 da ICRP prediz uma taxa de dose superior aquela obtida pelos diferentes autores. Conclui-se então, que a dose devida à inalação dos filhos de meia-vida curta. A metodologia utilizada dispõe ainda de previsão para correlacionar a incorporação de radionuclídeos com a atividade em órgãos e excretas, considerando a diferenciação do comportamento metabólico dos produtos de decaimento e seu antecessor, nas cadeias radioativas. Estimou-se as doses devidas a inalação de filhos de meia-vida curta de radônio utilizando-se o modelo do trato respiratório da Publicação 66 da ICRP e os modelos biocinéticos novos, propostos nas Publicações 67 e 69. Comparou-se os resultados utilizando-se o modelo biocinético proposto. Os cálculos utilizando-se os modelos propostos pela ICRP reproduziram os fatores de conversão de dose efetiva recomendada pela Publicação 65 da ICRP. Os resultados gerados pelo modelo proposto são coerentes com as doses médias no pulmão, calculadas por Jacobi e Eisfeld e com os valores publicados pela ICRP. Recomenda-se então, a utilização de coeficientes de dose equivalente e coeficientes de dose efetiva comprometidas em Sv/Bq, obtidos a partir de modelos biocinéticos, ao invés dos fatores de conversão em Sv/WLM encontrados na literatura e usados nos programas de monitoração destes produtos. O uso destes coeficientes tem as seguintes vantagens (a) leva em consideração a taxa de respiração, (b) o tamanho do particulado e as condições de exposição, (c) fornecem bases para comparação com outros tipos de radiação que o uso do WLM não permite, podendo-se extrapolar a outras faixas etárias da população