Corpo estranho intra-ocular / Intraocular foreign body

RESUMO

Os autores apresentam um estudo retrospectivo de 29 pacientes (30 olhos) com perfuração ocular e retenção de corpo estranho intra-ocular (CEIO) localizado no segmento posterior. As idades variaram de 8 a 54 anos (média 26+-11,9). Onze casos ocorreram durante atividades de trabalho, 10 em atividades de lazer e 9 em acidentes automobilísticos. Dezoito CEIO eram metálicos e 12 não metálicos. O tamanho do CEIO variou de 1 a 10 mm (média 3,6+-2,3). Houve diferença estatisticamente significativa entre as médias dos tamanhos dos CEIO metálicos (2,5 mm) e dos não metálicos (4,6 mm) (p=0,0004). O CEIO penetrou pela córnea em 19 casos, região córneo-escleral em 6 e esclera em 5. No pré-operatório havia deslocamento de retina (DR)em 13 casos, hemorragia vítrea (HV) em 21 e endoftalmite em 5. No período de seguimento, após a cirurgia, a acuidade visual (AV) melhorou em 15 casos; permaneceu inalterada em 14 e piorou em 1. Olhos com AV inicial >=20/200 ou com CEIO<= que 3mm tiveram melhor resultado funcional do que os olhos com AV inicial <=20/200 (p=0,0138) ou com CEIO >3mm (p=0,0058). Não houve associação estatisticamente significativa entre a AV final e a via de entrada (p=0,78); localização do CEIO (p=0,78); presença ou não de DR (p=0,87), HV (p=0,59) ou endoftalmite (p=0,57) e a realização de vitrectomia (p=0,60). Nosso estudo foi capaz de identificar dois fatores prognósticos a AV inicial e tamanho do CEIO. Estudos posteriores, com amostras maiores, podem ser necessários para identificar outros fatores.