Videolaringoscopia em voluntários com esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica / Videolaringoscopy in volunteers of hepatosplenic schistosomiais mansoni

RESUMO

Investigou-se as possíveis alterações na laringe em portadores de esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica (EHE). Sessenta e cinco voluntários, com idade entre 40 e 83 anos, foram divididos em três grupos. Vinte e quatro portadores de EHE (GE-1); 21 portadores de EHE esplenectomizados (GE-II)e 20, de idade e condições sócio-econômicas-geográficas pareadas, sem a doença (GC). Submeteram-se ao exame clínico otorrinolaringológico e à videolaringoscopia. As frequencias de hiperemia e edema na mucosa das aritenóides e comissura posterior foram significantemente maiores nos grupos GE-I e GEII. Houve uma tendêndia nas manifestações inflamátorias serem mais frequentes no GE-I quando comparado com o GE-II, sugerindo que a EHE pode gerar refluxo gastrolaringeo, havendo diminuição na frequência nos esplenectomizados aproximando-se das frequências do GC. As frqüências de fenda glótica fusiforme ântero-posterior não foram estatisticamente diferentes entre os grupos. As freqüências de hiperemia e edema nas PPVV foram significantemente maiores nos grupos GE-I e GE-II. Conclui-se que, em portadores com EHE há maior prevalência de alterações laringeas, sobretudo hiperemia e edema das aritenóides e comissura posterior, assim como, nas PPVV, associado ao provável refluxo gastroesofágico (RGE) produzido, possivelmente, pelo aumento da pressão intra-abdminal devido à hepatoesplenomegalia. Não foi possível verificar associação patogênica entre a EHE, per si, e as alterações laringeas