Epidemiologia e tratamento das úlceras de pressão: experiência de 77 casos / Epidemiological profile and treatment of pressure sores: experience with 77 cases

RESUMO

Ulceras de pressão são úlceras decorrentes de isquemia tecidual provocadas pela alteração do reflexo de dor em pacientes com lesão medular, pacientes debilitados, idosos ou cronicamente doentes. No Brasil, poucos estudos vem sendo realizados a respeito das úlcera de pressão e seu tratamento. O objetivo desse trabalho é avaliar a distribuição epidemiológica, o tratamento e complicaçòes das úlceras de pressão no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no período de 01 de fevereiro de 1997 a 01 de março de 1999 no Instituto de Ortopedia e Traumatologia. Um estudo prospectivo foi realizado neste período através de um protocolo que avaliava sexo, idade, fatores de risco, localização, dimensões, classificação das úlceras, tipo de tratamento, complicações pós-operatórias, tempo de internação e cronicidade da úlcera. O tratamento era avaliado através da taxa de sucesso e recorrência. O tempo de seguimento médio foi de 1 ano e 6 meses. (6 meses a 2 anos). Com 45 pacientes com 77 úlceras foram avaliados neste período. Em relação ao sexo , foi encontrada uma predomibância masculina 41. 32,47 por cento das úlceras tiveram sua localização em região sacral e 32,47 por cento trocantérica e 15,58 por cento isquiáticas. Na maioria jovem (média de 34,78 anos), com lesão medular (100 por cento dos pacientes), vítimas de lesões por arma de fogo (60 por cento dos pacientes), de caráter crônico (93,3 por cento) e lesão grau IV (67,53 por cento). As úlceras trocantéricas possuiam dimensões maiores (9,5 cm). 77,92 por cento das úlceras de pressão foram tratadas cirurgicamente, com predomínio dos retalhos miocutâneos (45 por cento) . Em relação a avaliação do tratamento temos a taxa de sucesso do tratamento das úlcera de pressão foi de 80 por cento trocantérica, 84 por cento sacral e 66,6 por cento isquiática. A taxa de recorrência foi de 25 por cento. A taxa de complicação variou segundo a localização úlcera trocantérica 84 por cento, 50 por cento isquiática e 64 por cento sacral.