O uso do midazolam injetável em sedações conscientes para tratamento odontológico de pacientes portadores de necessidades especiais / The use of intravenous midazolam in conscious sedation of special needs patients

RESUMO

Portadores de necessidades especiais são todos aqueles que apresentam desvios de normalidade de ordem mental, física, sensorial e comportamental. Higiene bucal comprometida, perda precoce de dentes decíduos ou permanentes são achados carcterísticos em crianças e adultos portadores de necessidades especiais. O Cenro de Assistência Odontológica a Excepcionais - CAOE - Unidade Auxiliar da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP assiste pacientes portadores de necessidades especiais desde 1985, com um tratamento multidisciplinar. Pacientes cooperados sçao atendidos normalmente, e os não cooperadores, dependendo da resistência ao tratamento, são indicados para atendimento sob contenção física, sedação consciente e anestesia geral. O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso do miazolam injetável endovenoso 0,61 mg/kg em média, em sedações conscientes, para tratamento odontológico de pacientes não cooperadores matriculados e assistidos no CAOE. Foram acompanhadas 163 sedações conscientes escolhidas aleatoriamente, e dados a respeito do paciente e a análise de seu comportamento sob sedação foram anotados em uma ficha clínica. Os dados obtidos foram submetidos ao teste Qui-Quadrado para verificação estatística de possíveis diferenças (p<0,05), utilizando o programa Jandel SigmaStat (Statistical Software). A Sedcon (sedação consciente) com midazolam injetável foi considerada efetiva no período intra-operatório quando o paciente cooperou (acordado cooperador, dormindo e sonolento) e não efetiva quando o paciente não cooperou, mesmo sedado. No período pós-operatório a Sedcon foi considerada efetiva quando o paciente apresentou uma recuperação muito boa/boa (acordado, respondendo a comandos físicos e verbais) e não efetiva quando o paciente apresentou uma recuperação regular/ruim (sono profundo, com presença de reações adversas). As análises dos resultados mostraram qua a Sedcon foi estatísticamente significativa (p<0,05) para a efetividade do medicamento no período intra-operatório (133 vc. 30) e no perídoo pós-operatório (128 vs. 35). Também foi estatisticamente significativa para a ausência de reações adversas (128 vs. 35). A reação adversa que predominou foi a depressão respiratória. Dentro dos limites deste trabalho podemos concluir que o uso do midazolam injetável endovenoso a 0,61 mg/kg foi efetivo nas Sedcon do CAOE, tornando-se mais um recurso dentro da Odontologia para tratamento de pacientes especiais não cooperadores