Medo da criança à assistência odontológica: avaliação e correlação dos fatores influenciadores / Children's dental fear: assessment and its influencing factors correlated

RESUMO

O medo à assistência odontológica, ainda prevalente em crianças e adultos, pode interferir nos cuidados com a saúde bucal e gerar sérios problemas de comportamento. No entanto, a aplicação de instrumentos para avaliação do medo e ansiedade, como as escalas de registro de comportamento, os testes de auto-relato, as técnicas fisiológicas e os métodos projetivos, não constitui uma prática comum na clínica odontológica. Em odontopediatria, a utilização destes recursos ganha importância, pois o medo, quando adquirido na infância, persiste na adolescência e reflete nas reações e atitudes do indivíduo na idade adulta. Baseando-se nestes aspectos, os objetivos deste estudo foram avaliar o medo das crianças à assistência odontológica através da aplicação de um método projetivo (Teste Projetivo do Medo Infantil ao Tratamento Odontológico - CDFP) e de um teste de auto-relato (Lista dos medos Infantis-Subescala Odontológica - CFSS-DS). Além disso, buscou-se determinar a concordância inter-examinador e validade do método projetivo e também, verificar a correlação dos fatores influenciadores do medo à assistência odontológica na infância. Após a aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa, foram selecionados quarenta pacientes, na faixa etária de cinco a nove anos, assistidos na Clínica de Odontopediatria. Inicialmente, aplicou-se o método projetivo (CDFP), o qual é constituído por três subtestes e cuja Avaliação Global classifica as crianças em três categorias "com medo, sem medo e incerto". Em seguida, foi aplicado o teste de auto-relato (CFSS-DS), que possui 15 itens, com cinco alternativas cada, com pesos variando de "sem medo" (1) até "muito medo" (5). O resultado fianl é dado pela soma das respostas, com valores variando entre 15 e 75, e escores acima de 38 indicam medo ao tratamento odontológico. Posteriormente, as mães respoderam a um questionário abordando temas relacionados aos fatores influenciadores do medo ao tratamento odontológico. Os resultados revelaram, de acordo com a Avaliação Global do CDFP, que 60,0% das crianças apresentaram-se sem medo ao tratamento odontológico, 25,0% com medo e 15 % foram incluídas na categoria "incerto". Além disso, verificou-se que na Avaliação Global do CDFP, a concordância inter-examinador foi de 82,5% e a validade do CDFP foi comprovada, visto a sua correlação significativa com o teste de auto-relato (CFSS-DS)...