Prevalência de hipotereoidismo em pacientes com fibromialgia / Hypothryroidism prevalence in patients with fibromyalgia

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de hipotireoidismo em mulheres com fibromialgia (SFM), verificando a presença de comorbidades e a prática de exercícios físicos (EF). Participaram do estudo 99 mulheres com diagnóstico de SFM, entre 28 e 75 anos de idade, selecionadas por conveniência a partir das pacientes acompanhadas no Ambulatório de Reumatologia do Hospital de Clínicas de Curitiba. Utilizou-se instrumento com validação de conteúdo, mediante entrevista semi-estruturada conduzida por um avaliador, abrangendo questões referentes ao histórico familiar, sintomas dolorosos, precepção de sono, hábitos diários e EF, comorbidades e tratamento. Todas as informações foram obtidas a partir do auto-relato das pacientes. Os dados foram analisados considerando as pacientes com hipotireoidismo e sem hipotireoidismo, com nível de significância p menor 0,05. Nesta pesquisa, a prevalência de hipotireoidismo entre as mulheres com fibromialgia (17,05 por cento) foi ligeiramente maior do que na população em geral (10 por cento). As pacientes com hipotireoidismo apresentaram significativamente maior proporção de cefaléia (p=0,047) e maior tendência aos distúrbios osteomusculares (p=0,0076) em relação às pacientes sem o hipotireoidismo. Os sintomas de ansiedade (13,33 por cento), depressão (53,33 por cento e fadiga (33,33 por cento) foram relatados em maior proporção entre as mulheres com hipotireoidismo em comparação às mulheres sem hipotireoidismo (12,33 POR CENTO E 34,25 POR CENTO, 20,55 POR CENTO, respectivamente), sem diferenças estatísticas entre os grupos. Verificou-se que 33,33 por cento das mulheres com o hipotireoidismo não praticava EF regulares e isso também ocorreu em 47,65 por cento das pacientes sem esta comorbidade. A relação entre a SFM e disfunção tireoidiana ainda não está muito clara, evidenciando a necessidade da realização de estudos prospectivos.