Fábrica de imaginário, usina de estigmas: conhecimentos e crenças de uma comunidade escolar sobre hanseníase / Imagination factory, stigma plant: knowledge and beliefs of a school community about Hansen's disease

RESUMO

A ex-colônia do Iguá, inaugurada em 1936, destinava se exclusivamente à internação de pacientes com lepra e, principalmente, para mantê-los segregados da sociedade. Em seu redor, criou se uma comunidade que persiste até os dias atuais. O objetivo deste trabalho foi verificar o conhecimento sobre hanseníase entre professores e estudantes de escolas desta comunidade e avaliar como o tema era abordado nas escolas. Como metodologia, utilizou-se a pesquisa documental, entrevistas individuais, semi-estruturadas e audio gravadas. Fizeram parte do estudo 53 pessoas, sendo 31 professores e 22 estudantes de quatro escolas do entorno. Os resultados mostraram que professores e estudantes têm conhecimento sobre hanseníase baseado em crendices em relação à cura, ao modo de transmissão e ao tratamento. Informaram diversas fontes de origem do conhecimento, porém nenhuma delas indicou ser a escola. A maioria deseja aprender, principalmente sobre a transmissão e a cura da doença. Conclui-se que há escassez de conhecimentos técnico-científicos específicos e para sanar esse grave problema recomenda-se elevar os níveis de aprendizado de saúde pública em geral e da hanseníase, em particular, de modo a atuar como sujeitos capazes de preencher as lacunas de informações, favorecendo o entendimento da doença e diminuindo o preconceito e o estigma associado ao doente.