Análise epidemiológica da co-infecção tuberculose, HIV em Porto Velho-RO, de 2000 a 2008 / Epidemiological analysis of tuberculosis co-infection, HIV in Porto Velho, RO, 2000 to 2008

RESUMO

Sabe-se que a Tuberculose (Tb) e a aids continuam sendo doenças de grande impacto na saúde pública no mundo, inclusive no Brasil, devido, principalmente, às suas complexas conseqüências que exigem desenvolvimento de estratégias para o seu controle. Como a sensibilidade do Sistema de Vigilância da Tuberculose no município de Porto Velho é baixa, a análise do impacto da co-infecção é prejudicada. O objetivo desse estudo, portanto, é investigar os casos de co-infecção de Tb/HIV ocorridos em Porto Velho no período de 2000 a 2008. Foi realizado um estudo descritivo, através de levantamento dos dados de Tuberculose (Tb), com base em informações do Sistema Nacional de Agravo de Notificação (SINAN/Tb) e da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho, utilizando informações das fichas de notificação e investigação da tuberculose. Também foram selecionados todos os casos de tuberculose notificados no município, por ano de diagnóstico e co-infecção Tb/HIV, registradas no SINAN de Porto Velho, que correspondem a 2.326 notificações de tuberculose. Destas, 179 (7,3 por cento) apresentaram sorologia positiva para HIV. Observou-se o predomínio de casos de tuberculose na população da faixa-etária maior de 60 anos e a forma clínica mais freqüentemente observada entre os co-infectados foi a pulmonar (62,5 por cento). É importante ressaltar que o banco de dados da tuberculose da Secretaria Municipal de Saúde – SEMUSA/PVH, constituído a partir do SINAN e do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) tem limitações decorrentes relativas aos óbitos por co-infecção no período anterior a 2005, bem como à distribuição espacial da co-infecção Tb/HIV. Verificou-se a concentração do número de casos na área sul da cidade, o que pode sugerir a não notificação nas outras zonas da cidade, bem como o preenchimento incompleto das fichas de notificação, o que gera um número elevado de casos ignorados por falta de endereço.