Estresse ocupacional autoatribuído em mulheres policiais militares da cidade do Rio de Janeiro / Occupational stress in women autoatribuído military police of the city of Rio de Janeiro

RESUMO

O objeto dessa dissertação é compreender e interpretar o estresse ocupacional de mulheres policiais militares do Rio de Janeiro, como um problema de saúde que traz consequências para sua vida laboral e familiar. Buscam-se suas percepções sobre as diferenças de gênero no exercício do trabalho policial, a relação entre estresse ocupacional e problemas de saúde e as estratégias utilizadas para amenizar esse tipo de estresse. Na pesquisa de campo optou-se pelo métodoqualitativo, utilizando-se para a coleta de dados a técnica de grupos focais. Participaram dos 8 grupos, 42 mulheres oficiais e praças, profissionais operacionais e de saúde. As policiais relacionam seu cotidiano de trabalho ao estresse, citam diversos sintomas e declaram que seu relacionamento familiar é afetado. Seu estresse tem origem basicamente na questão gerencial eorganizacional, uma vez que a maioria das mulheres está em funções internas. A discriminação de gênero, o assedio sexual e moral na instituição, são percebidos como fatores estressantes. O sofrimento relacionado ao estresse ocupacional aparece mais fortemente entre as oficiais com cargos de chefia. As atividades operacionais são percebidas como mais estressantes, pois oferecem maiores riscos, gerando medo e tensão. O exercício físico foi o mais citado como eficaz estratégia para prevenir as consequências do estresse. Existe a necessidade de mudanças organizacionais e gerenciais sob a perspectiva de gênero e de investimento em ações preventivas que possam diminuir as conseqüências do estresse dentro da força policial do Rio de Janeiro.