Lay perceptions of health and environmental inequalities and their associations to mental health / Percepções leigas sobre as desigualdades na saúde e no ambiente e suas associações com a saúde mental / Percepciones laicas sobre las desigualdades enla salud y medioambiente y su relación con la salud mental

ABSTRACT

Abstract Health inequalities are very well documented in epidemiological research rich people live longer and have fewer diseases than poor people. Recently, a growing amount of evidence from environmental sciences confirms that poor people are also more exposed to pollution and other environmental threats. However, research in the social sciences has shown a broad lack of awareness about health inequalities. In this paper, based on data collected in Portugal, we will analyze the consciousness of both health and environmental injustices and test one hypothesis for this social blindness. The results show, even more clearly than before, that public opinion tends to see rich and poor people as being equally susceptible to health and environmental events. Furthermore, those who have this equal view of the world present lower levels of depression and anxiety. Following cognitive adaptation theory, this “belief in an equal world” can be interpreted as a protective positive illusion about social justice, particularly relevant in one of the most unequal countries in Europe.

RESUMO

Resumo As desigualdades na saúde estão bem documentadas na investigação epidemiológica as pessoas ricas vivem mais e têm menos doenças que as pessoas pobres. Uma quantidade crescente de evidência das ciências ambientais confirma também que os pobres estão mais expostos à poluição e a outras ameaças ambientais. No entanto, a pesquisa nas ciências sociais tem mostrado que existe uma grande falta de consciência sobre as desigualdades na saúde. Neste trabalho, com base em dados coletados em Portugal, analisamos a consciência das injustiças na saúde e no ambiente e testamos uma hipótese explicativa para a cegueira social. Os resultados mostram, mais do que antes, que a opinião pública tende a ver as pessoas ricas e pobres como igualmente suscetíveis a problemas de saúde e ambientais, e que aqueles que têm uma visão de mundo mais igual apresentam menores níveis de depressão e ansiedade. Seguindo a teoria de adaptação cognitiva, essa “crença num mundo igual” pode ser interpretada como uma ilusão positiva de proteção, particularmente relevante em um dos países mais desiguais da Europa.

RESUMEN

Resumen Las desigualdades en salud están muy bien documentadas en la investigación epidemiológica los ricos viven más tiempo y tienen menos enfermedades que las personas pobres. Recientemente, evidencias procedentes de las ciencias ambientales confirman que también los pobres están más expuestos a amenazas ambientales. No obstante, la investigación en las ciencias sociales ha demostrado una falta de conciencia sobre las desigualdades en salud. En este trabajo, basado en los datos recogidos en Portugal, analizamos la conciencia de ambas injusticias ambientales y de salud, y probamos una hipótesis para esta ceguera social. Los resultados muestran, incluso más que antes, que la opinión pública tiende a ver a las personas ricas y pobres igualmente susceptibles ante eventos de salud y ambientales, y quienes tienen esta visión de igualdad presentan niveles más bajos de depresión y ansiedad. Siguiendo la teoría de la adaptación cognitiva, esta “creencia en un mundo de igualdad” puede ser vista como una ilusión positiva protectora sobre la justicia social, de especial relevancia en uno de los países más desiguales de Europa.