Aspectos epidemiológicos da utilização de medicamentos em odontologia / Epidemiological aspects of medication use in dentistry
Belo Horizonte; s.n; 2024. 214 p. ilus, tab.
Thesis
de Pt
| LILACS, BBO
| ID: biblio-1572395
Bibliothèque responsable:
BR365.1
Localisation: BR365.1; D047, C957a, 2024. T
RESUMO
Esta tese englobou a realização de três estudos, reportados em cinco artigos científicos, que abordaram a temática da utilização de medicamentos na Odontologia. O primeiro estudo consistiu em uma revisão sistemática, o segundo em um estudo transversal e o terceiro em análises de série temporal. A revisão sistemática (PROSPERO CRD42020211226), teve como objetivo investigar a relação entre fatores sociodemográficos e a prescrição de opioides. As buscas foram conduzidas em oito bases eletrônicas MEDLINE (PubMed), Embase, Scopus, Web of Science, LILACS, SciELO, Google Scholar e Open Grey. Dois pesquisadores, de forma independente, realizaram a seleção dos estudos (Cohen Kappa=0,80), extração dos dados e avaliação do risco de viés. A síntese dos resultados foi apresentada de forma narrativa. O segundo estudo, um estudo transversal, a partir de dados secundários analisou as interações medicamentosas potenciais envolvendo psicofármacos prescritos por cirurgiões-dentistas em Minas Gerais (MG) em 2017. Foram utilizados dados do Sistema Integrado de Gerenciamento da Assistência Farmacêutica (Sigaf), que forneceu informações sobre todos os medicamentos dispensados pelos serviços públicos de saúde, o que possibilitou identificar os indivíduos em uso concomitante de dois ou mais fármacos. Os fármacos foram agrupados, de acordo com Anatomical Therapeutic Chemical Classification System, e o número de Doses Diárias Definidas (DDD) contabilizadas. Indivíduos, independentemente da idade, em uso simultâneo de psicofármacos e outros medicamentos foram incluídos. Na sequência, as interações medicamentosas potenciais foram pesquisadas utilizando-se o IBM Micromedex® Drug Interactions. O terceiro estudo, uma análise de série temporal, objetivou descrever as tendências de prescrição de antibacterianos, anti-inflamatórios não esteroidais (AINE) e analgésicos no período de 2011 a 2021 em MG, buscando compreender possíveis associações com os indicadores dos serviços de saúde bucal. Foram estimados o número de DDD e DDD/1.000 habitantes/ano (desfecho) para cada município em MG. As covariáveis referiam-se a indicadores dos serviços, tais como cobertura da saúde bucal, estimativas de procedimentos odontológicos e frequência de dor de dente. Para a variável desfecho, foi aplicada uma transformação logarítmica, e modelos de regressão linear de séries temporais simples e múltipla foram empregados nas análises. Os resultados da revisão sistemática apontaram, com muito baixa certeza da evidência, que indivíduos mais jovens apresentavam maior probabilidade de receber prescrição de opioides do que os mais velhos. O estudo transversal revelou que a prevalência de interações medicamentosas potenciais foi de 24,8%, totalizando 648 casos, dos quais a maioria (n=438; 67,6%) era considerada de gravidade alta. A análise de série temporal evidenciou um aumento geral nas prescrições odontológicas durante o período estudado. O log do número de DDD/1.000 habitantes cresceu em média 0,35 (p<0,001) ao ano para os antibacterianos, 0,38 (p<0,001) para os AINE e 0,28 para os analgésicos entre os anos de 2011 e 2021.Os modelos de regressão indicaram que apenas a frequência de dor de dente se mostrou associada ao uso de AINE. Os resultados desses estudos apontaram aspectos importantes sobre o uso de medicamentos prescritos por cirurgiões-dentistas, ressaltando a necessidade de algumas estratégias para garantir a segurança dos pacientes.
ABSTRACT
This dissertation encompassed three studies, reported in five scientific manuscripts, that addressed the subject of medication use in Dentistry. The first study consisted of a systematic review, the second a cross-sectional study, and the third involved time-series analyses. The systematic review (PROSPERO CRD42020211226), aimed to investigate the relationship between sociodemographic factors and opioid prescriptions. Searches were conducted in eight electronic databases MEDLINE (PubMed), Embase, Scopus, Web of Science, LILACS, SciELO, Google Scholar, and Open Grey. Two researchers independently selected the studies (Cohen Kappa=0.80), extracted the data, and assessed the risk of bias. The results were presented in a narrative synthesis. The second study, a cross-sectional secondary data study, analyzed the potential drug-drug interactions involving psychotropic drugs prescribed by dental practitioners in Minas Gerais (MG) in 2017. Data from the Integrated Pharmaceutical Care Management System (Sigaf) were used; this system provided information about all medication dispensed by public health services, which enabled the identification of individuals on concomitant use of at least two drugs. Drugs were grouped according to the Anatomical Therapeutic Chemical Classification System, and the number of Defined Daily Doses (DDD) was calculated. Individuals, regardless of age, on concomitant use of psychotropics and other drugs were included. Afterwards, potential drug-drug interactions were screened using the IBM Micromedex® Drug Interactions database. The third study, a time-series analysis, aimed to describe trends of dentist-prescribed antibacterials, nonsteroidal anti-inflammatory drugs (NSAID), and analgesics from 2011 to 2021 in MG, as well as to examine possible associations with characteristics of oral health services. The number of DDD and DDD/1,000 inhabitants/year (outcome) was estimated for each municipality in MG. Covariates referred to characteristics of the health services, such as coverage of oral health care, estimates of dental procedures, and frequency of toothache. For the outcome variable, a logarithmic transformation was performed, and simple and multiple linear time-series regression models were used in the analysis. The findings of the systematic review showed, with very low certainty of evidence, that younger individuals were more likely to receive a prescription of opioids than older individuals. In the cross-sectional study, the prevalence of potential drug-drug interactions was 24.8%, accounting for 648 cases, with the majority (n=438; 67.6%) being of major severity. The time-series analysis showed an overall increase in dental prescriptions during the period under investigation. The log of the number of DDD/1,000 inhabitants increased by an average of 0.35 (p<0.001) per year for antibacterials, 0.38 (p<0.001) for NSAID, and 0.28 for analgesics between 2011 and 2021.Regression models indicated that only the frequency of toothache was associated with NSAID use. These results emphasized important aspects of medications prescribed by dental practitioners, underlining the need for strategies to ensure patient safety.
Mots clés
Texte intégral:
1
Indice:
LILACS
Sujet Principal:
Épidémiologie
/
Odontologie
/
Utilisation médicament
/
Analgésiques morphiniques
langue:
Pt
Année:
2024
Type:
Thesis