Distúrbios da fase pós-ovulatória e funçäo endometrial: um estudo clínico em esterilidade / Postovulatory phase disturbances and endometrial function: a clinical study in sterility

RESUMO

Estabelecemos protocolo que permitiu avaliar a eficácia do intervalo menstrual e de duas dosagens seriadas de progesterona (P) e prolactina (PRL) no diagnóstico dos distúrbios da fase lútea. Estudamos 52 clientes com fertilidade prévia comprovada e outras 79 inférteis. Todas foram submetidas à biópsia endometrial, que foi usada como padräo-ouro na avaliaçäo dos testes estatísticos realizados. O datamento endometrial mostrou 55,8 por cento do endométrio secretor normal na populaçäo fértil, contra 27,8 por cento na populaçäo infertil. Houve 45,6 por cento de endométrio secretor deficiente do tipo dissociado entre as inférteis, de acordo com a classificaçäo de Dallenbach-Hellweg. Das 79 clientes inférteis, 42 foram submetidas à colheita de duas amostras para dosagens de P e PRL no meio da fase lútea e três dias após. O intervalo menstrual mostrou-se altamente específico, ou seja, quando de 28-30 dias raramente está associado à fase lútea deficiente. O valor preditivo positivo dos valores de P foi de 82 por cento, näo havendo diferença significativa entre os dias de colheita ou diferentes níveis de corte avaliados (< 2,3 ou ó 5ng/ml). A somatória das dosagens seriadas näo trouxe qualquer vantagem em relaçäo à dosagem única. O valor preditivo positivo da dosagem de PRL foi de 77 por cento, näo havendo diferenças significativas também entre os dias de colheita, pontos de corte ( < 2,6 ou ò 25ng/ml < 2,6 ou ò 15ng/ml ) ou avaliaçäo de quaisquer níveis alterados. Entretanto, a sensibilidade na avaliaçäo individual das colheitas favoreceu o ponto de corte que inclui valores alterados < 2,6 e ò 15 ng/ml. As dosagens hormonais mostram-se eficazes na avaliaçäo do funcionamento do corpo lúteo e podem substituir a biópsia de endométrio quando ela näo é possível de ser realizada