Hipercalemia em recém-nascido de muito baixo peso: incidência e fatores associados / Hyperkalemia in very low birthweight infants: incidence and associated factors

RESUMO

O presente estudo avaliou a incidência de hipercalemia (potássio ò 6mEq/l) em RNPs com peso ó 1250 gramas e idade gestacional ó 32 semanas nas primeiras 72 horas de vida, nascidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no período de 1 ano. A incidência de hipercalemia foi de 38,5 por cento (potássio ò 6mEq/l) e de 15,4 por cento com níveis de potássio passíveis de arritmias cardíacas (KP > 6,7 mEq/l). A populaçäo foi dividida em 2 grupos grupo KN com potássio < 6mEq/l (16 casos) e grupo KE com potássio ò 6mEq/l (10 casos). A conduta no controle hidroeletrolítico e na manutençäo do ambiente térmico neutro foi a mesma nos 2 grupos. Nenhum dos grupos recebeu potássio nas primeiras 36 horas de vida. O grupo KE apresentou níveis de potássio mais elevados durante todo o estudo. As médias dos pesos de nascimento dos grupos näo diferiram significativamente (KN = 963 gr; KE = 987 gr). O grupo KN apresentou idade gestacional (29,3 semanas X 30,8 semanas) e índice de Apgar no primeiro minuto (3,18 X 5,7) significativamente menores (p=0,004 e p=0,015 respectivamente). Näo houve diferença significativa entre os dois grupos em relaçäo a hemorragia intraventricular, acidose, doença da membrana hialina, níveis de insulina, glicemia, índice glicemia/insulina, taxa de filtraçäo glomerular, diurese, potássio urinário, excreçäo fracionada de potássio e índice tubular de aldosterona. O nível de aldosterona foi significativamente maior no grupo KE com 24 horas de vida (212,8 ng/dl X 110,2 ng/dl, p=0,029). Sugere-se que menhum dos fatores estudados é responsável pela hipercalemia näo oligúrica do recém-nascido de muito baixo peso, salientando-se, entretanto, a importância de controlar os níveis de potássio sérico nesses recém-nascidos.