Comorbidade em transtorno obsessivo-compulsivo: 2ª parte - Comorbidade em TOC / Comorbidity in obsessive-compulsive disorder second part: comorbidity in OCD

RESUMO

Até a década de 80, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) era considerado raro e com mau prognóstico. Atualmente, estudos epidemiológicos mais acurados apontaram-no como o quarto transtorno psiquiátrico mais frequente. Aliado aos avanços nas terapêuticas psicofarmacológicas e comportamentais, tem sido alvo de pesquisas as mais diversas no campo da psiquiatria. Por sua vez, tem-se observado que raramente o TOC manifesta-se como um transtorno único, apresentando comorbidade com o eixo I e II do DSM-III-R. Este trabalho visa a descrever e a comparar as características clínicas e demográficas de pacientes portadores de TOC e de TOC com comorbidade. Trata-se de um estudo de caso-controle. Para tanto, foram estudados 53 pacientes portadores do transtorno, de acordo com os critérios diagnósticos para TOC do DSM-III-R, atendidos pela autora no Ambulatório de Distúrbios Afetivos do HU-UFPE. O grupo-controle foi constituído por 53 pacientes do mesmo hospital universitário, sem história psiquiátrica, pareados por sexo e idade (mais ou menos dois anos), para se constatar o equilíbrio da amostra. Através de acurada análise estatítica, comprovou a autora que os 2 grupos de pacientes portadores de TOC comportaram-se de forma homogênea acerca de suas características clínico-demográficas e sintomatológicas. A principal diferença encontrada foi um maior tempo entre o início do tratamento e o diagnóstico, no grupo com comorbidade. Além disso, depressao maior foi mais frequente entre as mulheres do que entre homens, coincidindo com os dados epidemiológicos atuais