Aspectos obstétricos da rotura prematura das membranas / Obstetric aspects of the premature rupture of membranes

RESUMO

Realizou-se um levantamento de 4.451 pacientes atendidas na Enfermaria de Obstetrícia do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeiräo Preto da Universidade de Säo Paulo, no período compreendido entre 1§ de janeiro de 1975 e 31 dezembro de 1976. Selecionaram-se 107 pacientes com idades gestacionais de 21 a 37 semanas e cuja queixa à admissäo preenchia os critérios estabelecidos para o diagnóstico de bolsa rota. Estas pacientes foram conduzidas de acordo com o protocolo elaborado pelo Departamento de Ginecologia e Obstetrícia para o seguimento de pacientes com rotura prematura das membranas. A incidência da amniorrexe prematura foi de 2,4%. O motivo da internaçäo foi devido à perda de líquido em 42% dos casos. No momento da admissäo 8,4% das pacientes já apresentavam sinais de infecçäo intra-útero e o período de latência foi menor de 24 horas em 69,2%. As contraçöes uterinas foram induzidas em 62,6% e inibidas em 12,1%. A evoluçäo destas foi em 46,1% para a induçäo e em 15,4% optou-se pela cesárea. Isto foi devido à presença de febre (7,7%) e febre mais leucocitose em 61,5%. Das pacientes estudadas, 86,9% receberam antibioticoterapia e 18,7% corticoidoterapia. Durante a internaçäo 21,7% das pacientes tornaram-se febris e em 86,2% dos casos os hemogramas apresentaram leucocitose. O índice de cesáreas foi de 20,3%, sendo que 40,9% decorreu de sinais de infecçäo intra-útero. No puerpério imediato 14,2% apresentaram febre. A endometrite pós-parto ocorreu em 1,8% dos casos e os germes isolados foram coliformes e Trichomonas vaginalis. Houve apenas um óbito entre as pacientes estudadas