O miocárdio na obesidade / Miocardial in obesity

RESUMO

A prevalência da obesidade vem aumentando significativamente nas últimas décadas, tomando proporções endêmicas. Estudos epidemiológicos demonstram que cerca de 35 por cento dos americanos são obesos; no Brasil, o aumento da prevalência desse distúrbio foi da ordem de 53 por cento, comparando-se o senso de 1974/75 ao de 1989. É descrita associação de obesidade e alterações morfofuncionais do coração. Aumento do diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo e da massa ventricular, hipertrofia excêntrica e infiltrado gorduroso são algumas alterações morfológicas encontradas no coração do obeso. Modificações tanto na função diastólica como na sistólica também são descritas. O aumento do volume circulante, do débito cardíaco e do consumo de oxigênio é observado nos indivíduos obesos graves. Alguns estudos evidenciaram melhora das alterações morfológicas, hemodinâmicas e funcionais naqueles indivíduos obesos que perderam peso. Com base nessas alterações do aparelho cardiovascular, a busca insistente do controle de peso desses pacientes é obrigação do cardiologista. A orientação multiprofissional com nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo e médico especialista é fundamental. A opção da cirurgia bariátrica também deve ser lembrada nos obesos grau III, com indicação individualizada nos obesos grau II com mais de uma co-morbidade.