Perversões, taras e outras observações amorosas / Observations on love and depravity

RESUMO

As diversas perversões a que está sujeito o eterno enlace de Eros e Psiquê falam mais da alma imaginativa que do amor depravado. É nesse amor, às vezes tão próximo da violência quanto da delicadeza, que verificamos os extremos da capacidade imaginativa da alma erotizada. Esse amor encontra nas parafilias seu desafio maior à alma. Mas o que quer a psique quando toma um caminho luxuriante? A rota desviante ilumina aquilo que a psicologia chama de normal. Sadismo, masoquismo, exibicionismo, fetichismo, frottage, pedofilia, voyeurismo, incesto, coprofagia, urofagia, zoofagia, necrofilia, felação e cunilíngua são algumas de suas modalidades mais conhecidas e mostram paixões que estão no limite do humano, lá onde o próprio amor está no limite do horror. Este artigo procura abordar essas práticas do ponto de vista de sua imaginação.

ABSTRACT

The eternal embrace of Eros and Psiche is subject to many perversions. These perversions are related more to the imaginative soul than to debased love, since in them we witness the extremes of the soul’s erotic imagination. This kind of love, close as it to both violence and tenderness, is the most challenging for the soul. But what does the psyche want in these deviant routes? Sadism, masochism, exhibitionism, frottage, pedophilia, voyeurism, incest, coprophagia, zoophilia, necrophilia, cunnilingus are some well-known variations. They show a passion in the limits of the human, where love is in the limit of the horror. This article approaches these practices from the point of view of their imagination.