Dos possíveis e impossíveis em psicanálise fora do consultório: algumas questões / Of the possible and impossible in psychoanalysis outside the office: some issues

RESUMO

O foco do presente artigo consiste naquilo que se convencionou denominar de Psicanálise Aplicada. A partir de um estudo teórico, objetiva-se analisar a possibilidade ou impossibilidade de se fazer Psicanálise fora dos consultórios. Especificamente, pretende-se delinear o que é a Psicanálise Aplicada e quais suas diferenças da então Psicanálise Pura, ou Psicanálise Livre, como denominada por Sigmund Freud em sua obra. Inicia-se este estudo com a conceituação própria de Psicanálise Aplicada, posteriormente, apresentam-se algumas discussões a respeito da prática psicanalítica em instituições, uma discussão acerca da instituição na qual a psicanálise é aplicada e do psicanalista enquanto aplicado à instituição. Finalmente, conclui-se com reflexões acerca da possibilidade ou impossibilidade da Psicanálise, ou melhor, dos psicanalistas, avançarem para fora do consultório e adentrarem as instituições com o objetivo de ouvir a subjetividade e sustentar um lugar de palavra para o sujeito (do inconsciente) ali, onde quer que ele se coloque, seja na escola, no hospital, ou em qualquer outra instituição social.

ABSTRACT

The focus of this paper is on what is conventionally termed Applied Psychoanalysis. Through a theoretical study, its objective is to analyze the possibility or impossibility of doing psychoanalysis outside the office. Specifically, it is intended to outline what applied psychoanalysis is and what are the differences from pure psychoanalysis, or free psychoanalysis, as termed by SigmundFreud in his works. This study begins with the very concept of applied psychoanalysis; afterwards presenting some discussions on practical work in institutions, a discussion about the institution where psychoanalysis is applied and the psychoanalyst, where it may be applicable to the institution. Finally, it concludes with reflections on the possibility or impossibility of psychoanalysis, or rather, the psychoanalysts, moving out of the office and stepping into the institutions in order to listen to the subjectivity and to keep a place of talking for the subject (of the unconscious) there, wherever it is put, whether in school, hospital, or any other social institution.