Tensões do trabalho com grupos na estratégia saúde da família / Tensions of group work in the family health strategy / Tensiones del Trabajo con Grupos en el Programa Salud de la Familia

RESUMO

Este artigo objetiva discutir o emprego de práticas grupais na Estratégia Saúde da Família, com destaque às tensões presentes nas práticas discursivas de profissionais de saúde acerca desse tema. As informações apresentadas foram obtidas a partir da gravação em áudio e transcrição de “grupos de discussão”, realizados com profissionais de saúde da família de um município do interior do estado de São Paulo, e foram analisadas com base em procedimentos qualitativos de análise temática. Resultou dessa análise, a nomeação de três tensões discursivas Grupo terapêutico versus Grupo não terapêutico; Adesão como responsabilidade do paciente ou da equipe; e Manejo Diretivo versus Manejo Participativo. Discutimos que tais tensões representam desafios ao emprego dos grupos como ação de cuidado em saúde, pois refletem ainda a presença de uma perspectiva fragmentada de cuidado, um distanciamento na relação dos profissionais com a comunidade, e o predomínio do discurso de responsabilização individual pela adesão ao tratamento...

ABSTRACT

The aim in this article is to discuss the use of group work in the Family Health Strategy, focusing on the tensions present in the discursive practices of health professionals about this theme. The information presented here was obtained from audio recordings and transcriptions of “discussion groups”, held with professionals working in the Family Health Strategy in a town located in São Paulo State, and analyzed based on qualitative procedures of thematic analysis. The nomination of three discursive tensions resulted from this analysis: Therapeutic Group versus Nontherapeutic Group; Adherence as either a patient’s responsibility or a team’s responsibility; and Directive Coordination versus Participative Coordination. We discuss that these discursive tensions represent challenges to using group work as are source for health care practice, since these tensions still indicate a fragmented perspective of care, a distance in the relationship between professionals and community, and the predominance of a discourse of individual responsibility regarding adherence to treatment...