Megaesôfago e anticorpos anti-Trypanosoma cruzi / Megaesophagus and antibodies against Trypanosoma cruzi

RESUMO

Foram analisados 240 soros de pacientes portadores de megaesôfago atendidos no Hospital das Clínicas de Goiânia, pelas técnicas de hemaglutinaçäo indireta (HAI) e de aglutinaçäo direta com pré-tratamento com 2-mercaptoetanol (AD2ME). Em 179 casos, ambas as reaçöes sorológicas foram concordantemente positivas (74,6%). Em 35 casos (14,6%) as reaçöes sorológicas foram positivas com uma técnica e negativas com a outra, sendo que a repetiçäo de ambas as técnicas e/ou a realizaçäo das técnicas de imunofluorescência indireta (IFI) e de fixaçäo de complemento (FC), demonstraram finalmente a positividade destes 35 soros "duvidosos'. Conclui-se que 89,2% dos pacientes portadores de megaesôfago na amostra estudada apresentaram anticorpos anti-Trypanosoma cruzi, confirmando a sua etiologia chagásica. Nos restantes 26 casos (10,85) ambas as reaçöes foram concordantemente negativas. Esta ausência de anticorpos específicos foi confirmada por IFI e por FC. Em oito destes 26 casos, uma nova amostra de soro confirmou estes resultados. Em 24/26 casos, existiam antecedentes epidemiológicos de doença de Chagas, e em dois destes 24 casos houve confirmaçäo parasitológica (xenodiagnóstico positivo). O encontro de dois casos sorologicamente negativos com parasitas circulantes demonstra que a etiologia chagásica näo pode ser afastada, mesmo na ausência de anticorpos específicos, se existirem antecedentes epidemiológicos e indicadores clínicos da doença de Chagas