Monoparentalidade voluntária: autoridade e rede social na construção do vínculo / Voluntary single parenting: authority and social network in the construction of the bond

RESUMO

Este estudo tem como objetivo investigar a percepção dos pais sobre a construção do vínculo com os filhos na monoparentalidade. Foram entrevistados cinco mães e três pais, entre 35 e 58 anos, das camadas socioeconômicas médias da população urbana do Rio de Janeiro, membros de famílias planejadas - uma com filho biológico, outra com filhos biológicos e adotados, e seis constituídas por adoção. Os resultados foram analisados conforme o método de análise de conteúdo. Emergiram duas categorias de análise: exercício da autoridade solo e rede social de apoio. Os resultados apontaram o exercício da autoridade solo como um desafio, especialmente nos casos de adoção tardia, relacionado à contestação da autoridade, à triangulação com a família biológica, e à dificuldade de colocar limites e regras devido ao contexto anterior em que a criança vivia. A rede social de apoio apresentou-se como um tipo de vínculo significativo, mostrando-se diversificada, inclusive na maneira de constituir-se; observaram-se a abertura aos laços de afinidade, o aspecto criativo na sua construção e a participação de profissionais de diferentes áreas, especialmente da Psicologia. Apontamos a relevância de abrir um campo de estudos sobre essa nova forma de constituir família ­ a monoparentalidade adotiva.

ABSTRACT

This study aims to investigate the parents' perception about the construction of the bond with their children in single parenthood. Five mothers and three fathers, between 35 and 58 years old, from the middle socioeconomic strata of the urban population of Rio de Janeiro, members of planned families were interviewed: one family with a biological child, another with biological and adopted children, and six constituted by adoption. The results were analyzed according to the content analysis method. Two categories of analysis emerged: exercise of solo authority and social support network. The results pointed out the exercise of single authority as a challenge, especially in cases of late adoption, related to contesting authority, triangulation with the biological family, and the difficulty of placing limits and rules due to the previous context in which the child lived. The social support network presented itself as a type of significant bond, showing itself to be diversified, including in the way it was constituted. The opening to ties of affinity, the creative aspect in its construction and the participation of professionals from different areas, especially from Psychology, were observed. We point out the relevance of opening a field of studies on this new way of forming a family ­ adoptive single parenting.