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Considerações sobre parcerias amorosas e excessos em algumas mulheres toxicômanas / Considerations about loving partnerships and excesses in some drug addicts women / Consideraciones sobre enlaces amorosos y excesos en algunas mujeres toxicómanas
Oliveira, Luma de; Paravidini, João Luiz Leitão.
  • Oliveira, Luma de; s.af
  • Paravidini, João Luiz Leitão; s.af
Tempo psicanál ; 54(1): 156-188, jan.-jun. 2022.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1450530
RESUMO
Pensar no sujeito atravessado pelo fenômeno toxicômano implica em legitimar paradoxais formas de se colocar na vida. Esse sujeito, sendo produto e efeito de políticas econômicas vigentes, incita tentativas sociais de controle que denunciam a falta de saber lidar com a questão. Já sendo difícil pensar nessa condição em geral, a questão torna-se ainda mais problemática quando se consideram subgrupos como o de mulheres. Entre 2000 e 2016, por exemplo, ocorreu um aumento de 656% do encarceramento feminino, com alta representatividade de crimes relacionados às drogas. Atentando-se a esses fenômenos e à transferência com a psicanálise, que mostra o quanto a figura da mulher se faz apreendida desde Freud como um enigma, propõe-se neste artigo compartilhar recortes de reverberações de uma pesquisa resultante da experiência com um grupo de mulheres em um Centro de Atenção Psicossocial - álcool e outras drogas (CAPS AD). Para realização do grupo, foi constituído um espaço em que essas mulheres pudessem falar sobre seus impasses no encontro com o feminino e com o laço social, sendo ambos particularmente atravessados por objetos tóxicos. Essa pesquisa resultou em elaborações sobre curiosas e sintomáticas parcerias que essas mulheres estabeleciam ao longo da vida, levando-nos a refletir sobre o quanto a toxicomania pode aproximar-se de um semblante de existência para algumas delas. Na direção da ética da psicanálise, reforça-se com este trabalho a emergência do singular diante de globalizadas respostas e propõe-se a potencialização da escuta nele realizada para outros espaços de cuidado e acolhimento, principalmente espaços da saúde pública.
ABSTRACT
Think about the subject traversed by the drug addiction phenomenon implies in legitimize paradoxical ways of living life. If before some substances existed as a contact means with deities through members authorized by certain groups, in modernity are inaugurated new ways of use that become these substances known as "drugs". The addicted subject, being product and effect of current economic policies, awake social attempts of control that denounce the lack of know how to deal with the issue. Already being difficult to think about this, when considering subgroups such as women, the question becomes even more problematic. Between 2000 and 2016, there was a 656% increase in female incarceration, with a high proportion of drug-related crimes. In view of these phenomena and transference with psychoanalysis, that shows how the women figure is understood since Freud as an enigma, we propose this work by excerpts from a clinical experience and research with a women group in a Psychosocial Care Center - alcohol and other drugs (CAPS AD). To this, it was offered a space in which these women could talk about the impasses of the encounter with the feminine and the social bond, being in particular crossed by toxic objects. This work resulted in elaborations about curious and symptomatic partnerships that these women established throughout their lives, leading us to reflect on how much drug addiction can approach a semblant of existence for some of them. In direction of psychoanalytic ethics, the emergence of singular is reinforced in the face of globalized responses, and it is proposed to potentialize the listening like in this work in other care and embracement places, especially public spaces.
RESUMEN
Pensar en el sujeto atravesado por el fenómeno de la toxicomanía requiere legitimar formas paradójicas de ponerse en la vida. Este sujeto, siendo producto y efecto de las políticas económicas actuales, incita a intentos de control social que denuncian la falta de saber cómo tratar el problema. Siendo difícil pensar en esta condición en general, al considerar subgrupos como de las mujeres, la cuestión se vuelve aún más problemática. Entre 2000 y 2016, por ejemplo, hubo un aumento de 656% del encarcelamiento femenino, con una alta representatividad de delitos relacionados con las drogas. Teniendo en cuenta estos fenómenos y una transferencia con el psicoanálisis, que muestra lo cuánto se comprende la figura de la mujer como un enigma desde Freud, este artículo se propone con el fin de compartir recortes de reverberaciones de una investigación resultante de la experiencia de los autores con un grupo de mujeres en un Centro de Atención Psicosocial - alcohol y otras drogas (CAPS AD). Para esto, se ofreció un espacio en que estas mujeres podían hablar de los impases del encuentro con lo femenino y con el vínculo social, siendo en particular atravesadas por objetos tóxicos. Este trabajo dio lugar a elaboraciones sobre curiosos y sintomáticos enlaces que estas mujeres establecieron en sus vidas, lo que nos llevó a reflexionar sobre como la adicción a las drogas puede acercarse a un semblante de existencia para algunas de ellas. En la dirección de la ética del psicoanálisis, refuérzanos con este trabajo la emergencia del singular frente a las respuestas globalizadas y proponemos potencializar la escucha realizada a otros espacios de atención y tratamiento, principalmente espacios públicos.

Texto completo: DisponíveL Índice: LILACS (Américas) Idioma: Português Revista: Tempo psicanál Assunto da revista: PSICANALISE / Psicologia / Psiquiatria Ano de publicação: 2022 Tipo de documento: Artigo

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