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Discursividades pós-modernas: leitura do fenômeno social da polarização / Une lecture du phénomène social de polarisation par l'analyse des discours postmodernes / Postmodern discourses: reading the social phenomenon of polarization
Santos, Tania Coelho dos; Amaral, Rebeca Espinosa Cruz.
  • Santos, Tania Coelho dos; Departamento de Psicanálise de Paris 8 (Paris, França). Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de São João del Rei/ UFSJ. Instituto de Psicologia Universidade Federal do Rio de Janeiro / UFRJ. Rio de Janeiro. BR
  • Amaral, Rebeca Espinosa Cruz; Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/ UFRJ. Universidade Federal Fluminense / UFF. Instituto Sephora de Ensino e Pesquisa de Orientação Lacaniana / ISEPOL. Rio de Janeiro. BR
aSEPHallus ; 28(36): 62-81, maio-out.2023.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1512293
RESUMO
O crescimento da discursividade social acerca de fenômenos como o feminicídio, a violência machista, racista, homofóbica e religiosa, além da hostilidade crescente de alguns grupos identitários ao valores conservadores da sociedade ocidental judaico-cristã, indicam que uma cultura do ódio floresceu no laço social polarizado. Os afetos de amor e ódio se apresentam no início da constituição do sujeito em estado de desligamento, mas se fundem quando prevalece o amor do Outro primordial ao infante desamparado. É a hegemonia do amor que promove a fusão pulsional. Se a civilização triunfa, se o Outro primordial alcança impor o predomínio do amor sobre o ódio, o sujeito se constitui graças ao recalque dos impulsos destrutivos e se torna capaz de alimentar a esperança no futuro, amar e trabalhar. Os afetos são o que existe de mais real na relação dos seres falantes ao Outro. Seja para amá-lo, seja para odiá-lo, seja para ignorá-lo, a existência do Outro simbólico é, para cada um, uma dimensão real em jogo no laço social. O Outro da modernidade é liberal, progressista e acredita que a igualdade de oportunidades cresce com o acesso universal à educação e à saúde. E o Outro da nossa pós-modernidade? É fragmentado, não há referências coletivas universais? É pessimista ou a esperança utópica se tornou inimiga darealidade?
La croissance de la discursivité sociale sur des phénomènes tels que le féminicide, la violence sexiste, raciste, homophobe et religieuse, en plus de l'hostilité croissante de certains groupes identitaires aux valeurs conservatrices de la société occidentale judéo-chrétienne, indiquent qu'une culture de la haine s'est diffusée dans le lien social polarisé. Les affects d'amour et de haine apparaissent au début de la constitution du sujet dans un état de détachement, mais se confondent lorsque l'amour de l'Autre primordial pour l'enfant sans défense l'emporte. C'est l'hégémonie de l'amour qui favorise la fusion pulsionnelle. Si la civilisation triomphe, si l'Autre primordial parvient à imposer la prédominance de l'amour sur la haine, le sujet se constitue grâce au refoulement des pulsions destructrices et devient capable de nourrir l'espoir en l'avenir, d'aimer et de travailler. Les affects sont ce qu'il y a de plus réel dans la relation entre les êtres parlants et l'Autre. Qu'on l'aime, qu'on le déteste ou qu'on l'ignore, l'existence de l'Autre symbolique est, pour chacun, une véritable dimension en jeu dans le lien social. L'Autre de la modernité est libéral, progressiste et croit que l'égalité des chances augmente avec l'accès universel à l'éducation et à la santé. Et qu'en est-il de l'Autre de notre postmodernité? Est-il fragmenté, n'y a-t-il pas de références collectives universelles? Est-il pessimiste? L'espoir utopique est-il devenu l'ennemi de la réalité?
ABSTRACT
The growth of social discursivity about phenomena such as feminicide, sexist, racist, homophobic and religious violence, in addition to the growing hostility of some identity groups towards the conservative values of Western Christian culture, indicate that a culture of hate has flourished in a progressively polarized social bond. The affections of love and hate appear at the beginning of the constitution of the subject in a state of detachment, but merge when the love of the primordial Other for the helpless infant prevails. It is the hegemony of love that promotes the fusion of the drive. If civilization triumphs, if the primordial Other manages to impose the predominance of love over hate, the subject is constituted thanks to the repression of destructive impulses and becomes capable of nourishing hope in the future, through love and work. Affections are what is most real in the relationship between talking beings and the Other. Whether to love it, to hate it, or to ignore it, the existence of the symbolic Other is, for each one, a real dimension at play in the social bond. The Other of modernity is liberal, progressive and believes that equal opportunities grow with universal access to education and health. What to say of the Other of our postmodernity? Is it fragmented, are there no universal collective references? Is it pessimistic? Has utopian hope become the enemy of reality?
Assuntos

Texto completo: DisponíveL Índice: LILACS (Américas) Assunto principal: Psicanálise / Ódio / Homicídio Idioma: Português Revista: ASEPHallus Assunto da revista: Psicologia Ano de publicação: 2023 Tipo de documento: Artigo País de afiliação: Brasil Instituição/País de afiliação: Departamento de Psicanálise de Paris 8 (Paris, França)/BR / UFRJ+BR

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Texto completo: DisponíveL Índice: LILACS (Américas) Assunto principal: Psicanálise / Ódio / Homicídio Idioma: Português Revista: ASEPHallus Assunto da revista: Psicologia Ano de publicação: 2023 Tipo de documento: Artigo País de afiliação: Brasil Instituição/País de afiliação: Departamento de Psicanálise de Paris 8 (Paris, França)/BR / UFRJ+BR