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"É para o seu bem": a "violência perfeita" na assistência obstétrica / "It's for your own good": "perfect violence" in obstetric care
Flores, Carolina Aita; Mello Netto, Vitor de.
  • Flores, Carolina Aita; Programa de Doutorado em Saúde Coletiva, Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro. Rio de Janeiro. BR
  • Mello Netto, Vitor de; Programa de Doutorado em Estudos da Linguagem, Universidade Federal Fluminense. Niterói. BR
Physis (Rio J.) ; 33: e33057, 2023.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1521319
RESUMO
Resumo No Brasil, a violência obstétrica vem sendo pesquisada desde os anos 1980. Na década de 90, no entanto, o fenômeno passou a receber maior destaque. A forma de violência analisada neste trabalho refere-se a uma violência velada, chamada de "violência perfeita". Este ensaio reflete sobre a ocorrência da violência perfeita na obstetrícia, especialmente no que concerne às sutilezas do discurso médico, que pode travestir essa agressão numa forma de cuidado. A violência perfeita pode soar como preocupação da parte do médico com a saúde da gestante, que pode se submeter às recomendações médicas de forma passiva, por acreditar que deve ser o melhor para ela ou para o bebê. Ao praticar a violência perfeita, o obstetra pode interferir no desfecho do parto. A "epidemia" de cesarianas no Brasil tem sido justificada pelos médicos como preferência da mulher, mas pesquisas refutam essa hipótese e provocam a reflexão quem está de fato escolhendo a modalidade de parto? O presente ensaio nos mostra que observar as sutilezas do discurso médico pode ajudar a responder essa pergunta.
ABSTRACT
Abstract In Brazil obstetric violence has been researched since the 1980s. However, in the nineties the phenomenon started to have a more prominent position. The form of violence analysed in this study refers to a covert violence, called "perfect violence". This essay reflects about the occurrence of perfect violence in obstetrics, especially regarding the subtleties of medical discourse, which can disguise this aggression as a form of care. This type of violence may sound as if it was a concern with the patient's health on behalf of the doctor, but it can make the patient submit herself to the medical recommendations in a passive manner, believing it is the best for her and her baby. In this way, violence is disguised as good practice, allegedly aiming at what is best for the patient. In practicing perfect violence, the doctor can interfere in the delivery outcome. The caesarean "epidemic" in Brazil has been justified by doctors as the woman's preference, but research undermines this hypothesis and raises the reflection who is in fact choosing the type of childbirth? This essay shows us that observing the subtleties of medical discourse can help answering this question.


Texto completo: DisponíveL Índice: LILACS (Américas) Idioma: Português Revista: Physis (Rio J.) Assunto da revista: Saúde Pública Ano de publicação: 2023 Tipo de documento: Artigo País de afiliação: Brasil Instituição/País de afiliação: Programa de Doutorado em Estudos da Linguagem, Universidade Federal Fluminense/BR / Programa de Doutorado em Saúde Coletiva, Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro/BR

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