Experiências de sociabilidade de adolescentes com deficiência física / Sociability experiences of adolescents with physical disabilities

RESUMO

Esta tese, escrita sob a forma de artigos, é resultado de uma pesquisa que objetivou explorar as experiências de sociabilidade, de adolescentes com deficiência física. Partimos de uma concepção relacional da deficiência, construída a partir de interações sociais, onde o corpo com deficiência é um mediador das experiências. Utilizamos como referenciais teóricos a fenomenologia, o interacionismo simbólico e estudos feministas sobre deficiência. Os resultados foram dispostos em quatro artigos conjugando uma revisão bibliográfica, ensaios teóricos e a análise empírica do objeto de estudo. O primeiro artigo fez um levantamento bibliográfico sobre a abordagem do nosso objeto em um periódico do campo dos estudos sobre deficiência (disability studies). O segundo artigo foi resultado de uma discussão teórica sobre as classificações de deficiência na área da saúde. O terceiro artigo analisou os sentidos atribuídos pelos adolescentes com deficiência física às experiências em grupos esportivos. O quarto artigo dialogou a Antropologia da Performance e os estudos feministas sobre deficiência com uma discussão pautada na teoria crip. Destacou-se que, nas reflexões trazidas pelos ensaios teóricos e na análise empírica do nosso objeto de estudo, o diálogo com o capacitismo foi patente. Conclui-se sobre a necessidade de aproximação entre a teoria e prática com vistas à discussão sobre como a legitimação da corponormatividade por parte dos adolescentes com deficiência física pode reafirmar a permanência dos mesmos em um ciclo de opressão e desigualdade.

ABSTRACT

This thesis, written in the form of articles, is the result of a research that aimed to explore sociability experiences of adolescents with physical disabilities. We start from a relational conception of disability, constructed from social interactions, where the disabled body is a mediator of experiences. We used as theoretical references phenomenology, interactionism and disability feminist studies. The results were arranged in four articles combining a bibliographic review, theoretical essays and, finally, the empirical analysis of the object of study. The first article was a literature review about our subject in a disability studies journal. The second article was a theoretical discussion about disability classifications in the health area. The third article analyzed the meanings attributed by adolescents with physical disabilities to experiences in sports groups. The fourth article combines Anthropology of Performance and disability feminist studies with a discussion based on the crip theory. It was noteworthy that, in the reflections brought by the theoretical essays and in the empirical analysis of our object of study, the dialogue with the ableism was evident. It is concluded that there is a need to approximate theory and practice to discussing how the legitimacy of able-bodiedness by adolescents with physical disabilities can reaffirm their permanence in a cycle of oppression and inequality.