Negar as perdas e as diferenças: as estratégias de purificação e cisão em Dorian Gray e Oscar Wilde / Denial of Losses and differences: the strategies of purification and split in Dorian Gray and Oscar Wilde

RESUMO

Neste artigo, abrimos uma reflexão sobre o que impede o indivíduo de aceitar a transitoriedade e a diferenciação: tanto no crescimento quanto no envelhecimento e diante da morte. Dorian Gray, personagem do livro O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, se recusa a aceitar a passagem do tempo para que sua beleza permaneça intocada tal como em seu retrato pintado pelo amigo. Pensamos que o uso dessas defesas lembra o funcionamento da posição esquizo-paranoide, quando predominam mecanismos como a cisão, a negação e a idealização, conforme postulado por Melanie Klein, autora de referência neste estudo.

ABSTRACT

The article is about the difficulties in accepting transience, differentiation, growth, aging and death. In The Portrait of Dorian Gray by Oscar Wilde, the main character is a man who refuses to accept the passing of time so that his beauty remain untouched as in the portrait painted by his friend. The psychological defenses against the acceptance of the aging process resemble the modus operandi of the paranoid-schizoid position in which there is the predominance of mechanisms such as splitting, denial and idealization, as postulated by Melanie Klein, author of reference in this study.