Amamentação e políticas para a infância no Brasil: a atuação de Fernandes Figueira, 1902-1928 / História e Saúde; Clássicos e Fontes

RESUMO

Fernandes Figueira é apresentado como o fio condutor dessa geração de médicos filantropos que, a despeito das variáveis geográficas, políticas e epistemológicas, se constituíram em disseminadores de novas sensibilidades e de saberes em torno da infância. eles fomentaram um rico diálogo sobre o tema com sonoridade local, nacional e internacional. Neste livro, são analisados diversos aspectos de uma conjuntura que vai de meados do século XIX até as primeiras décadas do século XX, quando se observam as primeiras mudanças efetivas que resultaram na superação de uma visão de mundo, promovendo, em contrapartida, o surgimento de novos paradigmas nas formas de lidar com a infância e a família, que tampouco eram homogêneas ou progressivas. Observadas em retrospecto, muitas ações empreendidas no início do século XX já haviam sido objeto de reflexão em outras épocas a mortalidade infantil, por exemplo, causou espanto tanto aos legisladores lusos do século XVI quanto aos reformistas ilustrados do século XVIII. Fortalecida e reinvindicada na segunda metade do século como a melhor estratégia para salvar vidas dos expostos, no início do século XX a roda dos enjeitados voltava a ser objeto de crítica, acusada de ser um matadouro de crianças, provocando justamente o que havia tentado conter. Como era de se esperar, as novas propostas de solução tratariam de denegrir todas as práticas do passado e fazer parecer inaugurar uma nova era,liberta dos arcaísmo e pronta para o futuro.