Hipertrofia ventricular secundária ao exercício físico

RESUMO

A hipertrofia ventricular secundária ao exercício pode ser vista como forma de adaptaçäo fisiológica à sobrecarga de treinamento, comumente encontrada em atletas de alto nível. Parece possível aceitar que o exercício correspondente ao treinamento possa provocar alteraçöes hipertróficas diferentes de acordo com sua natureza. Os exercícios estáticos, isométricos ou anaeróbicos provocam sobrecarga de pressäo e aumento da espessura da parede sem aumento da cavidade ventricular, com manutençäo em níveis constantes do consumo máximo de oxigênio. Os exercícios dinâmicos, isotônicos ou aeróbios impöem uma sobrecarga de volume que provoca aumento da espessura da parede com aumento proporcional da câmara ventricular. Essas alteraçöes contribuem para o aumento do débito cardíaco máximo e do consumo máximo de oxigênio. A funçäo sistólica mantém-se normal ou melhorada enquanto a funçäo diastólica parece näo se alterar. A regressäo dessas alteraçöes aos valores normais após interrupçäo do treinamento representaria a principal forma de diagnóstico diferencial da miocardiopatia hipertrófica do atleta.