Prevalência da infecçäo pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) e de neoplasia intra-epitelial genital em amostra de mulheres HIV-positivas da cidade de Santos, SP / Prevalence of infection by Human Papilloma Virus (HPV) and Genital Intraepithelial neoplasia in a sample of women HIV-positive, in Santos city, Säo Paulo state, Brazil

RESUMO

Foram estudadas 141 mulheres HIV-positivas, provenientes do Centro de Referência em AIDS (CRAIDS) - Santos, SP, Brasil, objetivando determinar a prevalência do papiloma vírus humano (HPV e de Neoplasia intra-epitelial genital (através dos exames de colposcopia, citologia e biópsias); descrever a prevalência do HPV e tipos através da técnica da Reaçäo de Polimerase em Cadeia (PCR) e correlacionar as variáveis significantes epidemiologicamente com a infecçäo por HPV e as Neoplasias intra-epiteliais cervicais (NIC). A maioria da populaçäo analisada (87,3 por cento) tinha até 40 anos de idade. A via de transmissäo mais freqüente do HIV foi a sexual exclusiva (76,6 por cento), sendo importante o papel do coito anal. História de uso de drogas ocorreu em 44 por cento das mulheres, sendo cocaína a droga mais freqüente (46,8 por cento). Observou-se 9=85 colposcopias alteradas (60,3 por cento), através das quais foram realizadas 35 biópsias dirigidas (24,8 por cento). Os resultados revelaram lesöes de alto grau em 22,7 por cento das biópsias de colo, 28,6 por cento da vulva e 16,6 por cento da vagina. Na avaliaçäo da Biologia Molecular, o DNA do HPV esteve presente em 80,8 por cento das pacientes, sendo detectado um único tipo de HPV em 55 por cento dos casos e mais de um tipo de HPV em 45 por cento das amostras positivas. Os tipos mais freqüentes foram 16 e 18, e especificamente nas biópsias de colo, os tipos NI e 18. Segundo o potencial oncogênico, 34,8 por cento dos tipos de HPV foram de alto risco, 54 por cento de risco indeterminado e 13,5 por cento de baixo risco. Houve correlaçäo da idade menor que 30 anos com as alteraçöes cito-histológicas, ao contrário dos baixos níveis de CD4. O uso de medicaçöes antiretrovirais (44,7 por cento) parece desempenhar um papel significativo no controle da progressäo para neoplasia genital, independente dos níveis CD4