Resistência de enterobactérias, estafilococos, streptococus mutans e lactobacillus spp., isolados da cavidade bucal, e o uso de antimicrobianos, clorexidina e mercúrio nas práticas médica e odontológica / Resistance of enterobacteriaceae, staphylococcus, streptococcus mutans and lactobacillus spp., isolated from the oral cavity and the use of antimicrobials, chlorhexidine and mercury in medical and odontological practice

RESUMO

O objetivo dessa investigação foi realizar um estudo caso-controle do impacto do uso de antimicrobianos, clorexidina e mercúrio, na resistência dos microrganismos (enterobactérias, estafilococos, Streptococus mutans e Lactobacillus spp) presentes na cavidade bucal. Foram testados quatro grupos, com dez voluntários cada, a saber: A - com múltiplas restaurações à amálgama, B- em uso de antimicrobianos, C- em uso de digluconato de clorexidina a 0,12 por cento em bochechos diários e, D- sem história de cárie dentária (controle). A resistência foi determinada, in vitro, pelas técnicas de diluição em agar e E test. Uma colonização importante por enterobactérias (50 por cento) foi detectada no grupo em uso de antimicrobianos. Todos os isolados foram resistentes à clorexidina e cloreto de mercúrio, independente de grupo. A colonização por Staphylococcus aureus no grupo B também foi de 50 por cento, contra 30 por cento no grupo controle, onde os isolados desse microrganismo, e os Staphylococcus spp., mostraram-se resistentes à oxacilina (CIM s90 >512mg/L); esses microrganismos, independente do grupo, foram suscetíveis à clorexidina e resistentes ao cloreto de mercúrio, mas com CIM s para o mercúrio, três vezes mais elevadas para aquelas dos grupos com restaurações ou em uso de antimicrobianos. No grupo de voluntários em uso regular de clorexidina, os isolados de Streptococcus mutans do grupo B (8/10) apresentam CIM 90 > 512mg/L para ampicilina e suscetibilidade à clorexidina e mercúrio em todos os grupos de voluntários.