Monitoraçäo de pessoas ocupacionalmente expostas nos tratamentos de câncer do colo uterino com Ra-226 / Monitoring of subjects with occupational exposure in the treatment of cervix neoplasms with Ra-226

RESUMO

No Brasil, a maior incidência de câncer em mulheres ocorre no útero, situaçäo na qual a braquiterapia desempenha importante papel entre os tratamentoss com radiaçäo. A maioria das clínicas utiliza tubos de 226Ra e 137Cs para esses tratamentos. Visto que a maior parte dos hospitais efetua o tratamentos intracavitário, sem utilizar a técnica de afterloading, tornou-se necessário avaliar as exposiçöes nas equipes responsávies por esse tipo de terapia. Para isso, selecionamos dois grandes hospitais no Rio de Janeiro, com condiçöes de operaçäo bem diferentes. Cada profissional foi monitorado com filme dosimétrico, colocado no tórax, e sete dosímetros termoluminescentes (chips - 7LiF), colocados nas seguintes posiçöes entre os olhos, mäo direita e esquerda (anéis), tireóide, centro do tórax e das costas, gônadas. No hospital A, a equipe é composta por um médico e uma enfermeira, que tratam cerca de 13 pacientes por mês. No hospital B, a equipe é formada por 12 médicos, sete enfermeiros e dois técnicos, que tratam uma média de 20 pacientes por mês. A exposiçäo ocupacional foi avaliada levando-se em conta em separado, cada etapa da rotina de uso do 226Ra. A partir dos resultados obtidos, pode-se afirmar que as enfermeiras que trabalham na enfermaria, ao limparem as pacientes, näo usam a proteçäo de chumbo lateral às camas. No hospital B, onde as condiçöes de estocagem e manipulaçäo de fontes säo perfeitas, o técnico responsável näo sofre exposiçöes, exceto nas mäos. No hospital A, onde a enfermeira desempenha também o papel do técnico, embora as condiçöes de proteçäo radiológica näo sejam adequadas, as exposiçöes anuais estimadas estäo abaixo do limite, de acordo com o ICRP 26/1977. Esta análise foi complementada com medidas de exposiçäo ocupacional, em clínicas que empregam a técnica de afterloading