Faculdade de Medicina do Planalto Central e a educação médica / School of Medicine of the Planalto Central and the medical education

RESUMO

É necessário aprofundar discussões sobre o ensino na área de saúde. Busca-se um médico generalista, embora especializado em alguma área, que seja ético, humanista, com visão da subjetividade e das incertezas da ciência. O rápido desenvolvimento técnico, associado a diferenças socioeconômicas da população, indica a formação de médicos com aptidão técnico-científica, atentos à ética, à qualidade assistencial e ao seu custo. A indissolubilidade da assistência, do ensino e da pesquisa não deve ser estendida a todas as instituições e a todos os hospitais universitários. As instituições não podem atingir nível de pesquisa em todas as áreas. Uma escola médica necessita de hospital de atendimento secundário, onde teremos ensino e assistência. Uma escola de pós-graduação médica necessita de um hospital de nível terciário-quaternário, cuidado por médicos, docentes e pesquisadores. As universidades têm implementado ações que dão maior relevo ao seu papel social. São muitos os obstáculos. A ética individualista pesa na mentalidade universitária, mas a ética da saúde pública deve ser considerada. Pelo sistema centrado na doença e no indivíduo, o médico não está educado para ir além da atuação curativa, de promover a saúde integral e comunitária. Por isso, na proposta curricular desta nova Faculdade, chama à atenção a ênfase dada à saúde familiar e da comunidade, às disciplinas que privilegiam formação humanística, social e política, e toda a preocupação sobre esse projeto de formação aponta para o desenvolvimento de um grande curso, estruturado para responder às mais prementes necessidades sociais.