Fatores nutricionais e hormonais associados ao crescimento de crianças prematuras / Factors nutritional and hormonal associates of the infant growth

RESUMO

Este estudo avaliou a ingestão de folato pelas gestantes e os níveis de hemoglobina, insulina e leptina, medidos no sangue do cordão umbilical, associados ao crescimento de crianças prematuras nascidas de julho de 2000 até maio de 2001 na maternidade do Instituto Fernandes Figueira (IFF), da FIOCRUZ, R.J. A forma de apresentação aqui adotada compreende três artigos. O primeiro artigo examinou o consumo de folato durante a gravidez em 285 gestantes. O consumo alimentar de folato foi medido por um questionário semiquantitativo de freqüência de consumo alimentar, previamente validado. A prevalência de deficiência de folato na dieta (ingestão abaixo de 600 µg/dia) foi de 51 por cento. Somente 22 por cento das gestantes fizeram uso de suplemento medicamentoso contendo ácido fólico. Mulheres com menores rendas consumiram mais energia, mais folato e usaram mais ácido fólico como suplemento. Os resultados mostram que os baixos níveis de consumo de folato da dieta e de suplementos pelas gestantes reforçam a importância da fortificação de alimentos de uso disseminado nesta população. No 2o artigo foi avaliada a associação da leptina e da insulina do sangue de cordão com o crescimento e ganho de peso. A leptina do sangue de cordão foi negativamente associada com a taxa de mudança no Índice de Massa Corporal (IMC=kg/m2) (p=0,01) e estatura (p<0,001), do nascimento até 64 semanas pós-natais. Insulina foi positivamente associada com a taxa de mudança do IMC (p=0,03), mas a associação desapareceu depois de ajustada para peso ao nascer. Portanto, o nível de leptina ao nascer, mas não o de insulina, é preditor da taxa de crescimento, e este estudo revela, pela primeira vez, que crianças prematuras com baixos níveis de leptina têm maior crescimento tanto para o IMC quanto para a estatura. O 3o artigo analisou o papel da hemoglobina do sangue de cordão no padrão de crescimento de crianças prematuras. Peso e comprimento ao nascer mostraram associação negativa com hemoglobina e hematócrito, mas a taxa de crescimento das crianças que estavam acima da mediana (12,6 cm) da hemoglobina do sangue de cordão foi maior do que a taxa das que estavam abaixo da mediana (10,6 cm). A taxa de crescimento foi maior também para aquelas crianças que estavam acima da mediana de insulina do sangue de cordão (13,5 cm e 11,4 cm, respectivamente), mesmo depois de controlar para idade gestacional e peso ao nascer...