Performance de três métodos na avaliação da similaridade genética de isolados do grupo Mycobacterium chelonae-abscessus / Performance of three typing methods for the evaluation of genetic similarity of Mycobacterium chelonae-abscessus group isolates

RESUMO

Objetivo: Avaliar a concordância entre os métodos PRA-ITS e PRA-hsp65 na identificação das espécies do Grupo Mycobacterium chelonae-abscessus e a eficácia de PFGE, RAPO-PCR e ERIC-PCR na avaliação da similaridade genética de isolados de Mycobacterium chelonae e M. abscessus. Métodos: Um total de 98 isolados de M. chelonae e M. abscessus isolados em surtos ou não relacionados foram analisados por PRA-hsp65, PRA-ITS, ERIC-PCR, RAPD e PFGE. Resultados: Os isolados de M. chelonae dos surtos apresentaram perfil de PRA-ITS do genótipo M. chelonae 11. Os isolados do surto Mi apresentaram perfis de PRA-hsp65 com fragmentos de 310 e 130 bp após clivagem dos amplicons de hsp65 com BstEII e fragmentos de 200-70-60-55 após clivagem dos amplicons de hsp65 com Haelll. Os isolados de M. abscessus apresentaram o perfil de PRA-hsp65 M. abscessus I , 11 ou 111 e PRA-ITS M. abscessus I. Os isolados de M. chelonae apresentaram perfis de ERIC-PCR, RAPO e PFGE indistinguíveis quando pertencentes a um mesmo surto e distintos quando comparados surtos diferentes. Os isolados de M. abscessus apresentaram perfis de ERIC-PCR, RAPD e PFGE indistinguíveis ou similares quando pertencentes a um mesmo surto e distintos quando comparados surtos diferentes. Conclusões: Houve concordância de 100 por cento entre PRA-hsp65 e PRA-ITS quando analisados os isolados de M. chelonae e M. abscessus implicados em surtos. Uma nova variante alélica de hsp65 M. abscessus 111 causou um surto de ceratite na cidade de São Paulo. Uma variante alélica de hsp65, M. immunogenum 11, causou o primeiro surto descrito na literatura para esta espécie. ERIC-PCR apresentou o maior poder discriminatório para análise de clonalidade em M. abscessus. PFGE não deve ser utilizada para avaliação de clonalidade em isolados de genótipo hsp65 M. abscessus I que necessitam de tiouréia para impedir degradação de seu DNA durante a corrida eletroforética. Os métodos com o maior poder discriminatório para M. chelonae foram PFGE e RAPO com oligonucleotídeo RAPD1.