Impacto dos níveis séricos da troponina I cardíaca na evolução tardia de pacientes submetidos a ressincronização com estimulação biventricular / Impact of serum levels of cardiac troponin I in later evolution of patients submited to resynchronization with biventricular simulation

RESUMO

Objetivo: Analisar evolução e a influência dos níveis séricos da troponina I cardíaca no prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) submetidos a ressincronização biventricular. Método: 33 pacientes com miocardiopatia dilatada idiopática , classe funcional III/IV da NYHA, submetdios a ressincronização com estímulo biventricular, foram acompanhados por até 59 meses. A qualidade de vida (QV) foi avaliada no pré e pós-operatórios, utilizando-se o Minnesota Code, e a função ventricular foi analisada por meio de ecocardigrafia. Em 23 pacientes, os níveis séricos de troponina I foram dosados para verificar sua relação com o óbito (teste exato de Fisher) e analisar a taxa de sobrevivência (curva de Kaplan-Meier). Resultados: A QV mostrou-se significativamente melhor após a RV, com mediana de 73 pontos no pré e 36 pontos no pós-operatório (p menor que 0,0001). O diâmetro diastólico do VE(DDVE) reduziu-se de 65 mm para 60 mm após o implante (p igual a 0,0014) e a fração de ejeção (FEVE) aumentou de 37 por cento para 47 por cento (p igual a 0,0004). Não ocorreram óbitos entre os 15 pacientes com valores normais de troponina. Já entre os oito com valores elevados, seis vieram a falecer (p igual a 0,0003). A curva mostrou uma taxa de sobrevivência de 47,1 maior ou menor que 13,3 por cento ao final de 59 meses. Conclusões: Em pacientes com ICC, a ressincronização biventricular melhora os parâmetro ecocardiográficos (FEVE e DEVE) e a QV. Constitui uma boa alternativa para pacientes em classe funcional III/IV NYHA. Os níveis séricos elevados da troponina I cardíaca são preditores de risco para óbito.