Sexualidade juvenil: aportes para as políticas públicas / Sexuality in youth: guidelines for public policy

RESUMO

Este capítulo apresenta de forma sucinta os principais resultados apontados ao longo desta obra, e traz recomendações para elaboração de políticas públicas no que concerne a sexualidade juvenil. Salienta-se que políticas centradas apenas na idéia de responsabilidade individual têm menos sucesso do que aquelas que envolvem a compreensão sobre fatores institucionais macro-sociais na modelação da sexualidade. Recomenda-se uma abordagem aberta sobre a educação sexual promovida nas escolas, que contemple conteúdos para além das informações técnicas de forma a abranger aspectos relacionais de gênero e a dimensão afetiva imbricada na sexualidade. Indica-se que se deve conceber a regulação da fecundidade como planejamento reprodutivo ao invés de familiar, fazendo com que os serviços de saúde considerem legítimo o fato da população adolescente, masculina e feminina, ter vida sexual ativa, incorporando seus anseios e necessidades. Reconhecendo que há evasão escolar, sobretudo na adolescência, considera-se que deva haver antecipação do conteúdo da educação sexual segundo critérios etários e não seriais, o que vem reconhecer o problema da defasagem escolar tão presente no país. Sugere-se ainda o desenvolvimento de políticas focais para grupos considerados mais vulneráveis, tais como jovens pobres. Discute-se também sobre a importância da afetiva disseminação da chamada pílula do dia seguinte que poderia reduzir o número de gravidezes não previstas e de abortos realizados em condições inseguras que geram graves conseqüências para a vida das mulheres e custos sociais