Uso de pessário como opção ao tratamento cirúrgico / Use of pessary as option to surgical treatment

RESUMO

O objetivo deste artigo é apresentar a experiência da Unidade de Uroginecologia do Serviço de Ginecologia da PUCRS quanto as indicações, resultados e complicações do uso de pessários. Avaliamos pessários de dois tipos diferentes de materiais derivados de borracha sintética (elastômero) e de silicone, na tentativa de encontrar uma alternativa segura, eficaz e menos dispendiosa para nossas pacientes. O método utilizado foi o estudo realizado no Srviço de Ginecologia/ Unidade de Uroginecologia do HSL-PUCRS e UROLAB em 2001. Foram incluídas 21 pacientes divididas em 2 grupos, um que utilizou pessário de silicone (grupo 1/n = 12) e outro que fez uso de pessário de elastômero (grupo 2/n = 9). As variáveis foram analisadas através do programa estatístico EPI INFO 6.0.a. A média de idade das pacientes foi de 71 anos. A principal indicação para o uso de pessário foi correção de descenso genital (42,9) seguida de incontinência urinária (28,6). A terapêutica conservadora foi escolhida como alternativa ao tratamento cirúrgico devido a co-morbidade em 52,4 das mulheres. Em 90 dos casos houve melhora dos sintomas e 75 referiram boa adaptação ao médico. Trinta por cento das mulheres apresentaram complicações, na sua maior parte relacionadas ao uso do pessário de elastômero (p < 0,005). Oito pacientes do grupo 1 e três do grupo 2 (p < 0,003) continuam usando pessário. O pessário é um dispositivo de grande valia, com poucas complicações e boa adaptação, não só em casos de contra-indicação cirúrgica, mas como opção terapêutica conservadora ao descenso genital e à incontinência urinária.