Considerações sobre o silêncio em psicoterapia de orientação analítica / Some considerations on silence in psychoanalytic psychotherapy

RESUMO

O silêncio é uma situação freqüente na prática psicanalítica, porém a literatura ainda é relativamente escassa de trabalhos especificamente relacionadosao silêncio no processo psicanalítico. O objetivo do presente trabalho é revisar a compreensão psicanalítica referente ao silêncio, tanto no paciente quanto no terapeuta, e realizar algumas considerações relacionadas ao manejo técnico dessa situação em psicoterapia de orientação psicanalítica. Silênciostanto por parte do terapeuta quanto do paciente podem ter numerosos significados e propósitos. A análise do silêncio, não apenas como fator resistencial, mas como fator de comunicação, pode auxiliar na compreensão do material intrapsíquico do paciente e facilitar o curso do processo psicanalítico. Cabe ao terapeuta, a tarefa de tentar compreender, através da comunicação não-verbal do paciente e através de suas próprias reações contra transferenciais, o significado do silêncio naquele momento e naquele paciente dentro do contexto da dupla terapêutica.

ABSTRACT

Silence is often present in the psychoanalytical practice. However, there are few studies analyzing silence during the psychoanalytical process in the literature. The objective of this study is to review the psychoanalytical understanding of silence regarding both the patient and the therapist, and present some comments about the technical management of this situation in the analytical psychotherapy. Silence, whether it comes from the therapist or the patient, may have a wide range of meanings and purposes. The analysis of silence not only as a resistance factor, but also as a communication factor may help to understand the patient’s intrapsychic material and make the psychoanalytical process easier. The therapist is responsible for the task of trying to understand the meaning of silence at that specific moment and regarding that specific patient within the context of the analytical couple by analyzing the patient’s non verbal communication and the therapist’s owncountertransferential responses.