Leishmaniose visceral canina: avaliação de modelo experimental utilizando saliva de Flebotomíneos e parámetros imunológicos associados à proteção / Canine leishmaniasis: evaluation of experimental model using Flebotomine saliva and immunological parameters associated with protection

RESUMO

A expansão geográfica das leishmanioses justifica a necessidade de pesquisas sobre vacinas, testes de drogas e imunoterapia da leishmaniose canina. O presente trabalho estuda o modelo experimental de infecção por Leishmania chagasi em cão, e alterações clínicas e imunes na infecção natural. A associcação de fatores na saliva à promastigotas de Leishmania não aumentou a infectividade em camundongos nem em cães Beagle, em nossas condições. Para identificar padrões de resposta lmune que possam ser utilizados como marcadores de progressão de doença, foram estudados parâmetros imunológicos e parasitológicos em câes infectados por L. chagasi, os quais exibiram padrões de aparente resistência ou doença progressiva. O teste de Montenegro, contendo timerosal, provocou enduração e deve ser evitado. Altos títulos de anticorpos anti-Leishmania associados à uma fraca resposta ao teste de Montenegro indicariam doença progressiva, enquanto o contrário indicaria resistência adquirida ou imunidade protetora. Há concomitância de uma baixa resposta linfoproliferativa à concanavalina A e ao lisado de Leishmania, o que é indicativo de imunodepressão. Os resultados confirmam e ampliam dados da literatura sobre a existência de diferentes características clínicas e imunológicas, que estão relacionadas a resistência ou susceptibilidade, demonstrando a possibilidade de distinguir grupos de cães com diferentes perfis. Os resultados da infecção por L.(L.) chagasi e o desenvolvimento de leishmaniose visceral em cães revelam vários aspectos peculiares, que não mostram similaridade com o que acontece no homem.