Epidemiologia molecular do vírus da raiva no estado do Pará no período de 2000 a 2005: emergência e transmissão por morcegos hematófagos (Desmodus rotundus) / Molecular epidemiology of rabies virus in Para state during 2000 to 2005: emergence and transmission by hematophagous bats (Desmodus rotundus)
Cad. saúde colet., (Rio J.)
;
15(3): 329-348, jul.-set. 2007. mapas, tab
Artigo
em Português
| LILACS
| ID: lil-527814
RESUMO
A ocorrência recente de surtos de raiva humana transmitida por morcegos hematófagos Desmodus rotundus vem sendo registrada no Estado do Pará desde 2004. Neste artigo, é realizado um estudo retrospectivo de caracterização genética de 37 cepas do vírus rábico de diferentes mamíferos, incluindo o homem, isoladas de 2000 a 2005, de diferentes regiões paraenses. Foi obtido o sequenciamento nucleotídico parcial do gene N e construída árvore filogenética baseada no método Neighbor-joining. A análise filogenética determinou a formação de cinco clades principais e agrupou as cepas isoladas no Estado do Pará em três distintas clades: clade I, cepas da variante antigênica 3 (VAg3), comumente encontrada nos morcegos D. rotundus; clade II, cepa relacionada à VAg3, porém com topologia diferenciada isolada de morcego frugívoro Uroderma bilobatum; e clade IV, cepas da variante antigênica 2 (VAg2), comumente isoladas de cães domésticos. No Pará, no período estudado, circularam as variantes VAg2 e VAg3. A VAg3 da clade I se encontra subdividida em três linhagens virais (I-a, I-b, e I-c) associadas à distribuição geográfica: duas delas (I-a e I-b) circulam no continente nas regiões paraenses do Sudeste, Nordeste e Baixo Amazonas, enquanto a linhagem I-c restringe-se à ilha do Marajó. A associação dos dados genéticos com os ecológicos fornece uma melhor compreensão da epidemiologia molecular da raiva no Estado do Pará e sugere que duas distintas variantes antigênicas isoladas do vírus da raiva foram associadas com a transmissão da doença por morcegos hematófagos entre 2000 e 2005. Finalmente, foi demonstrado neste estudo a presença de pelo menos três distintas linhagens genéticas de VAg3 no estado, e a emergência de uma possível nova variante, que foi isolada de um morcego frugívoro U. bilobatum capturado na localidade de Ajará, município de Portel, durante o surto ocorrido em 2004.
Texto completo:
DisponíveL
Índice:
LILACS (Américas)
Assunto principal:
Vírus da Raiva
/
Quirópteros
/
Epidemiologia Molecular
Tipo de estudo:
Estudo observacional
/
Estudo de rastreamento
Limite:
Animais
/
Humanos
País/Região como assunto:
América do Sul
/
Brasil
Idioma:
Português
Revista:
Cad. saúde colet., (Rio J.)
Assunto da revista:
Saúde Pública
Ano de publicação:
2007
Tipo de documento:
Artigo
País de afiliação:
Brasil
Instituição/País de afiliação:
Instituto Evandro Chagas/BR
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