Representações sociais de mulheres portadoras de lesões precursoras do câncer cérvico-uterino: um novo olhar pela enfermagem ginecológica / Social representation of the women carriers of cervico-uterine cancer precursor lesions: a new look for the gynecologist nursing

RESUMO

Esta pesquisa trata das representações sociais acerca das lesões precursoras do câncer cérvico-uterino (LPCCU) e teve como referencial teórico para alicerçar este estudo a Teoria das Representações Sociais, segundo Serge Moscovici e Denise Jodelet. Foram entrevistadas 60 mulheres atendidas em um Serviço de Referência em Patologia Cervical no Município do Rio de Janeiro. Os sujeitos do estudo foram divididos em dois grupos Grupo Idade Reprodutiva (GIR) e Grupo de Idade não Reprodutiva (GINR). Os dados foram coletados mediante o teste de Associação Livre de Ideias (ALI) e entrevista semi-estruturada. Os conteúdos das entrevistas foram processados pelo programa informatizado ALCESTE e posteriormente analisados, segundo a análise de conteúdo de Bardin. A categoria “órgão/corpo feminino” referente à representação do útero emergiu como representação hegemônica em ambos os grupos A categoria “filho/gerar vida/ fertilidade” foi mais relevante no GIR e ancora o útero na maternidade e no processo histórico-cultural mulher/ mãe/ reprodutora. A LPCCU foi objetivada como câncer/doença ruim em ambos os grupos, porém o GIR referiu o sexo como fator causador da sua doença tendo o homem, o maior transmissor. O GINR referiu ao seu próprio descuido, e não ter se prevenido como causador. O GIR apresentou como uma das dimensões da representação social, a atitude de mudança de hábitos de vida e ao tratamento convencional, evitando, assim, que a LPCCU tenha interferência na sua maternidade e sexualidade...