Viability of Campylobacter jejuni in commercial eggs / Viabilidade de Campylobacter jejuni em ovos comerciais

ABSTRACT

The aim of this study was to verify the penetration and permanence of C. jejuni inside commercial eggs. Thirty eggs were submerged in peptone water artificially contaminated with 10 5 UFC.mL-1 of C. jejuni. An equal number of eggs were submerged in an identical solution, however, without addition of the microorganism. Parallel to this, 60 eggs were inoculated by means of a small incision in the larger pole, without lesion to the internal membrane, inserted into the air chamber with a sterile insulin needle containing 10 5 CFU.mL-1 of C. jejuni. Thirty eggs were inoculated with a sterile solution of 0.85% sodium chloride and kept as negative control. After storage at 25ºC, and after 1, 6 and 24 hours, 10 eggs from each of the two treatments were separated into the albumen and yolk contents, and each portion was individually analyzed by the traditional culture method for the presence/absence of Campylobacter. In another nine eggs, obtained from the same lot of animals, the albumens were separated to verify their inhibitory activity against the microorganism. The albumen in different concentrations was incorporated into Bolton broth and inoculated with 10 6 CFU.mL-1 of C. jejuni, and after incubation at 37ºC for 24 hours, striated in selective agar. In none of the analyzed samples (treatments and controls) was the growth of Campylobacter observed. The results demonstrated that under the experimental conditions used, Campylobacter jejuni is incapable of surviving, colonizing and multiplying inside commercial eggs. The white of the eggs, as an isolated factor, even at the concentration of 84.9% was incapable of completely inhibiting the growth of the microorganism in Bolton broth at 37ºC, in a microaerophilic atmosphere. The consumption of commercial eggs is not a risk factor for the acquisition of Campylobacteriosis by humans.

RESUMO

O objetivo desse estudo foi verificar a passagem e a permanência de C. jejuni no interior de ovos comerciais. Trinta ovos foram submersos em água peptona artificialmente contaminada com 105 CFU.mL-1 de C. jejuni e igual número de ovos foi submerso em solução idêntica, porém, sem adição do microrganismo. Em paralelo, 60 ovos foram inoculados por meio de uma pequena incisão no pólo maior, sem lesionar a membrana interna, inseridos na câmara de ar com uma agulha de insulina estéril contendo 10 5 CFU.mL-1 de C. jejuni. Trinta ovos foram inoculados com solução estéril de cloreto de sódio 0,85% e mantidos como controle negativo. Após armazenamento a 25ºC, e após 1, 6 e 24 horas, 10 ovos de cada um dos dois tratamentos foram separados nos conteúdos de albume e gema, e cada porção individualmente analisada pelo método tradicional de cultivo para presença/ausência de Campylobacter. Em outros nove ovos, obtidos do mesmo lote de animais, foram separados albume, para verificar sua atividade inibitória frente ao microrganismo. O albume em diferentes concentrações foi incorporada em caldo Bolton e inoculada com 10 6 CFU.mL-1 de C. jejuni, e após incubação a 37ºC por 24 horas, estriadas em ágar seletivo. Em nenhuma das amostras analisadas (tratamentos e controle) foi observado o crescimento de Campylobacter. Os resultados demonstraram que nas condições experimentais utilizadas, Campylobacter jejuni não é capaz de sobreviver, colonizar e se multiplicar no interior de ovos comerciais. O albume, como fator isolado, mesmo na concentração de 84,9% não foi capaz de inibir completamente o crescimento do microrganismo em caldo Bolton a 37ºC em microaerofilia. O consumo de ovos não é um fator de risco para a aquisição de campilobacteriose por humanos.