Diferenças culturais entre profissionais de saúde e clientela acerca do nervoso: da distância à compreensão da diversidade / Cultural differences between health professionals and clients on nervousness: from distance to comprehension of diversity

RESUMO

O presente artigo visa traçar um panorama a respeito das publicações acerca do nervoso, código cultural hegemônico entre as classes populares para designar estados de sofrimento simultaneamente físicos e mentais. Esta revisão tem como objetivo relativizar os referenciais culturais dos profissionais de saúde que costumam receber este tipo de queixa em seu trabalho cotidiano. Tais estados de sofrimento, chamados de nervoso ou doença dos nervos,constituem-se como importante demanda nos serviços de saúde. A metodologia usada foi a revisão bibliográfica não exaustiva, através da consulta aos principais autores da área, assim como suas próprias referências. As conclusões apontam para a diferença entre as concepções de corpo, dor e sofrimento das visões médico-psicológicas e a concepção do nervoso, hegemônica entre as classes populares, usuárias dos serviços públicos de saúde. A compreensão e o respeito acerca da diferenças entre esses códigos culturais são condições sine qua non para uma aproximação entre profissionais e clientela.

ABSTRACT

This article aims to give an overview about the publicationsabout the ?nervous? hegemonic cultural code among thepopular classes to describe states of suffering both physicallyand mentally. This review aims to relativize the culturalreferences of health professionals who often receive thistype of abuse in their daily work. Such states of suffering,called nervous or disease of nerves, are as important demandon health services. The methodology used was notexhaustive literature review, through consultation with themain authors of the area, as well as their own references.The findings point to the difference between the conceptsof body, pain and suffering of the medical-psychologicalinsights and design of the nervous system, between thehegemonic classes, users of public health services. Theunderstanding and respect about the differences betweenthese cultural codes are the sine qua non for a rapprochementbetween professionals and clients.