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Histeria e somatização: o que mudou? / Hysteria and somatization: what has changed?
Ávila, Lazslo Antônio; Terra, João Ricardo.
  • Ávila, Lazslo Antônio; Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
  • Terra, João Ricardo; Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
J. bras. psiquiatr ; 59(4): 333-340, 2010.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-572436
RESUMO

OBJETIVO:

Propor um questionamento sobre o enfoque que se tem dado à histeria num contexto de classificações diagnósticas progressivamente mais técnicas e restritivas; investigar o que pode estar sendo negligenciado quanto aos complexos aspectos de funcionamento inerentes à condição histérica.

MÉTODO:

Revisão da literatura relevante sobre o tema, a evolução histórica de seu conceito e suas correlações clínicas.

RESULTADOS:

Descrições clínicas da histeria existem há quase 2 mil anos, com pormenores que pouco diferem dos de descrições mais recentes. A histeria parece permanecer em grande parte incompreendida pela medicina; restam importantes lacunas de conhecimento sobre o que teria tomado, na atualidade, o lugar dos antigos sintomas histéricos. Sabe-se, porém, que inúmeras categorias nosográficas surgiram nas últimas décadas, como a fibromialgia, a sensibilidade química múltipla, a somatização etc., às vezes com alto grau de imprecisão conceitual.

CONCLUSÃO:

O construto histeria vem se fragmentando cada vez mais nas sucessivas classificações diagnósticas, sem que essa fragmentação favoreça uma maior compreensão de seu significado e de seu enredo. A descrição cada vez mais refinada dos manuais classificatórios, com a eliminação da expressão "histeria", não parece ter representado uma estratégia adequada para um entendimento aprofundado dessa condição, tampouco para um melhor manejo clínico desses pacientes.
ABSTRACT

OBJECTIVE:

Our aim is to propose a critical revision of the ways hysteria has been considered, with the use of progressively more technical and restrictive categories, discussing what may have been neglected in terms of the complex aspects concerning the hysterical condition.

METHOD:

Review of the relevant literature on this issue, the historical evolution of its concept and its clinical correlations.

RESULTS:

Clinical accounts of hysteria are being made for almost 2000 years, showing characteristics that are very similar to present-day descriptions. Hysteria seems to remain mostly unknown by medicine; there are important lacks in the knowledge of what can possibly be in the place of the old hysterical symptoms. What is clear, however, is that several new nosographical categories emerged in the last decades, such as fibromyalgia, the multiple chemical sensitivity or the somatization, which are, frequently, conceptually very imprecise.

CONCLUSION:

The construct hysteria is being more and more fragmented in the successive diagnostic classifications, but this fragmentation does not mean a great comprehension of its significance and development. The advances in the minudent description in the classificatory manuals, with the exclusion of the expression "hysteria" does not seem to represent an adequate strategy for a deeper understanding of this condition, nor for a better dealing of those patients.


Texto completo: DisponíveL Índice: LILACS (Américas) Idioma: Português Revista: J. bras. psiquiatr Assunto da revista: Psiquiatria Ano de publicação: 2010 Tipo de documento: Artigo País de afiliação: Brasil

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