Pulmäo, filárias e eosinófilos / The lungs, filariae and eosinophils

RESUMO

A infecçäo filariana foi caracterizada em seus aspectos clínicos e parasitológicos no fim do século passado. Somente em 1939, foi sugerida a possibilidade de uma correlaçäo entre infecçäo por filárias e sintomatologia respiratória. Entre os anos de 1953 e 1987, foram observados, no Centro de Asma e Alergia do Recife, consecutivamente, 167 pacientes com eosinofilia tropical pulmonar, diagnosticados com base nos seguintes critérios 1. sintomatología respiratória persistente; 2. eosifilia circulante > ou = 2.000/m3; 3. cura pela dietilcarbamazina; 4. testes sorológicos positivos para anticorpos antifilária. Pertenciam ao sexo masculino 116 pacientes e ao feminino 51, com predominância de homens de 2,27 1. A idade variou entre 2 e 71 anos (média 31 anos) e a duraçäo da doença entre 1 e 120 meses (média 16 meses). A pesquisa de anticorpos circulantes, mediante a técnica da imunofluorescência modificada por Gonzaga, foi realizada em 71 pacientes com sintomas típicos da síndrome, sendo positiva em todos e, na maioria, com títulos elevados. Nos grupos controles, residentes em áreas endêmicas para filariose, a positividade foi observada em 25% dos casos, foi normal em dois, de padräo prevalentemente obstrutivo em 15, restritivo em nove e misto em quatro. Com relaçäo à etiopatogênese, com base nos achados do presente trabalho e outras evidências da literatura, a síndrome é considerada uma conseqüência da hipersensibilidade do hospedeiro aos determinantes antigênicos da microfilária. Sugere-se a denominaçäo filariose pulmonar alérgica, que indica o agente etiológico e o mecanismo patogenético