Aspectos biofísicos da açäo sináptica: parte I / Biophysical aspects of synaptic action: part I

RESUMO

O autor analisa a açäo sináptica, partindo do seu abstrato elétrico elementar, o Canal Sináptico Unitário, e terminando por integrar os eventos unitários, em fenômenos elétricos de intensidade fisiológica. A abordagem é essencialmente biofísica, procurando fornecer uma visäo simplificada do processo e seus mecanismos de ativaçäo. Aspectos bioquímicos e morfológicos e a descriçäo fisiológica clássica säo propositadamente relaxados. Säo discutidas a distribuiçäo iônica na célula muscular de mamífero e as forças atuantes em cada espécie iônica. Partindo de dados experimentais, säo introduzidas algumas características do canal sináptico unitário ativável por ACh. Baseando-se nas propriedades do canal unitário e nas forças moventes dos íons, o efeito da abertura do canal sináptico unitário no potencial da membrana sináptica é discutido. Define-se o conceito de Potencial Sináptico Unitário. Num primeiro nível de integraçäo é analisada a açäo conjunta de um grande número de canais sisnápticos unitários, ativados de modo simultâneo, por um quantum de ACh. O conceito de potencial sináptico em miniatura é explicado. Neste contexto, mostra-se como a inserçäo de um grande número de vias condutivas em paralelo aumenta a condutância global da membrana e leva o potencial de membrana em direçäo ao potencial ente o evento sináptico microscópico e aquele detectável por eletrodos intracelulares é feita. A célula nervosa e a muscular säo em seguida analisadas em suas propriedades de armazenar carga elétrica transitoriamente. A capacitância elétrica da membrana é definida e sua importância na integraçäo dos ssinais sinápticos é sugerida. A corrente elétrica associada ao evento sináptico é dividida nas suas formas resistiva e capacitiva e tryes fases do potencial sináptico excitatório säo definidas. A interaçäo entre as diferentes correntes é discutida em funçäo da fase do evento sináptico. As taxas de ativaçäo e de declínio do PEPS e PIPS säo comparadas, sendo a taxa de delcínio relativamente lenta. Mostra-se que esta propriedade explica a interaçäo temporal entre dois ou mais eventos sinápticos, no caso das sinapses centrais