Estudo comparativo entre aspectos clinicos das enxaquecas classica e comum / Comparative study between clinical aspects of classical and common migraine

RESUMO

O autor procurou ver se as diferenças clinicas existentes entre enxaqueca classica e enxaqueca comum sao qualitativamente suficientes para permitir considera-las como distintas entidades clinicas. No plano pratico, a importancia do estudo estaria em que se as duas condiçoes fossem clinicamente diferentes elas deveriam, ou poderiam ter uma fisiopatogenia diferenciada, o que permitiria dar uma maior racionalidade e proficuidade ao uso das diversas drogas hoje disponiveis para tratar profilaticamente a enxaqueca. Obedecidas as definiçoes e conceituaçoes do Comite de Bethesda, foram estudados 560 pacientes com enxaqueca comum e 208 com enxaqueca classica comparando-sesexo, idade dos pacientes, idade de inicio das queixas, sintomas iniciais, carater e localizaçao da dor,duraçao e frequencia das crises, sintomas acompanhantes, fatores desencadeantes das crises, influencia da menstruaçao, gravidez e uso de anticoncepcionais orais, antecedentes familiais de cefaleia. Os dados colhidos, tratados estatisticamente, demonstraram em apenas tres aspectos da enxaqueca classica a existencia de diferenças, com significancia estatistica predominancia de dor unilateral e maior influencia das gorduras e de chocolate no desencadeamento de crises. A conclusao do estudo e que, salvo pelas manifestaçoes encefalicas focais predecessoras da cefaleia nas enxaquecas classicas e, por definiçao, ausentes na moalidade comum, nao existem elementos diferenciais capazes de apoiarem a hipotese de uma dualidade clinica entre as duas modalidades de enxaqueca estudadas